Privado: Wall Street ocupada

Privado: Wall Street ocupada
  Manifestantes protestam em Wall Street, no centro de Nova York/Spencer Platt/Getty Images Professor titular de sociologia na Unicamp e um dos fundadores do PSOL, Ricardo Antunes, que está lançando O Continente do Labor (Boitempo), avalia os recentes protestos em Nova York contra a crise financeira mundial. “A predominância de jovens precarizados evidencia que a sociedade atual está incapacitada de fazer o que era mais elementar no capitalismo nas suas origens: empregar e criar mais trabalho.” CULT – Como vê esses recentes protestos contra Wall Street? Ricardo Antunes – Os manifestantes perceberam que o ponto nevrálgico da sociedade atual está no fato de que Wall Street representa uma parcela minoritária da população, os chamados por eles de 1%, e que a maioria esmagadora é quem padece as agruras desse sistema injusto. Tendo em vista um conjunto de outras ações que vêm ocorrendo em outros grandes países capitalistas avançados, as ações nos EUA enfeixam esse cenário de uma forma muito especial: apresentam ao mundo que, no coração do capitalismo, o resultado mais visível hoje é a tragédia social. Por que não tiveram grande aderência no Brasil? Porque vivenciamos aqui uma fase de expansão econômica. O Brasil ainda vive sob uma conjuntura social e política marcada pela vitória de Lula, seus oito anos de governo, e a vitória da Dilma. Há a ideia de que o Brasil está numa rota diferenciada. Tenho sido um crítico duro desses governos, mas, para grandes camadas da população, a situação é menos nefasta do que no governo

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