Vozes na escola e as reformas educacionais de silenciamento

Vozes na escola e as reformas educacionais de silenciamento
Ato em São Paulo, em abril, pela revogação do Novo Ensino Médio (Foto: Rovena Rosa/AB)
  Um debate sério da educação, necessário para mudanças estruturais, deve captar opiniões dos diversos setores envolvidos, em especial daqueles a viver na ponta das políticas educacionais: professoras(es) e estudantes. Parece incrível, mas raros foram os momentos na história da educação do Brasil em que essa base teve voz de fato. Em geral, as propostas vêm de gabinetes ilustrados ou mesmo de certa parcela da sociedade que faz da educação um serviço de caridade a evitar conflitos sociais explosivos em um território com desigualdades profundas, mantendo o Brasil paralelo de uma elite que defende uma escola onde nunca deixariam seus filhos. Em um cenário mais atual, vem à tona a proposta de revogação do Novo Ensino Médio (NEM), consequência dos impasses presentes nas políticas educacionais. À primeira vista, e principalmente sob o olhar de quem enxerga o problema de fora dos muros da escola, revogar parece um absurdo: Para quê, se a reforma ainda é nova e incipiente? De fato, a juventude anseia por uma escola que lhe faça sentido. Algo que certamente não encontra no NEM, como afirma a Rede Escola Pública e Universidade (REPU) sobre o caso paulista. São Paulo é um case singular para compreender os efeitos deletérios da proposta. Nem precisa ir muito longe. Promessas básicas do NEM se mostram diretamente contrariadas neste exemplo. Vejamos. Seguindo o pressuposto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), disciplinas passam a se organizar por áreas de conhecimento, com a possibilidade da escolha estudantil entre os “itinerários

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