Variações do corpo selvagem

Variações do corpo selvagem
(Foto Eduardo Viveiros de Castro)
  Não bastasse ser um renovador da antropologia, epíteto com o qual talvez se possa sintetizar sua relevância inconteste nesse campo do conhecimento, Eduardo Viveiros de Castro é um pensador cuja obra excede o âmbito antropológico, haja vista influenciar áreas como a filosofia, a literatura e até mesmo a arte contemporânea. Mas a julgar pelo nome Variações do corpo selvagem – Eduardo Viveiros de Castro fotógrafo, a exposição que o Sesc Ipiranga organiza a partir deste mês privilegia não sua consagrada obra teórica, mas sim sua quase desconhecida produção fotográfica. A fotografia o acompanha desde meados dos anos 1970, quando, antes mesmo de se dedicar à antropologia, ele transitava entre figuras célebres da vanguarda artística brasileira, e se estende aos anos 1990, período em que fez dela uma aliada em seus trabalhos etnológicos. Sob a curadoria do escritor e crítico literário Eduardo Sterzi e da escritora e crítica de arte Veronica Stigger, a exposição lança luz sobre essa faceta do antropólogo muito pouco conhecida pelo grande público. São cerca de trezentos registros fotográficos, selecionados de um acervo de aproximadamente sete mil imagens. Os curadores tiveram amplo acesso às imagens e confirmaram a qualidade do acervo, já intuída por eles com base nas fotos publicadas em obras teóricas como A inconstância da alma selvagem. Para além da qualidade estética, a seleção foi pautada pela interlocução das imagens entre si e com os escritos teóricos do antropólogo, conforme explicam os curadores: “Pensamos a expo

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