dossiê A utopia de um mundo sem droga | Apresentação
(Foto: Adobe Stock)
O tema das drogas ocorre sempre em meio a discussões calorosas e polêmicas. De um lado, existem aqueles que são absolutamente contrários a qualquer espécie de regulamentação ou flexibilização do uso de “drogas”. Fundamentadas ora em princípios médicos, ora em princípios morais ou religiosos, tais pessoas ou entidades abominam o uso de substâncias, até mesmo para fins terapêuticos. Do outro lado, pois se apresentam como lados diametralmente opostos, estão os que argumentam favoravelmente ao uso de substâncias, desde que regulado por políticas públicas.
Em 1961, ano em que ocorreu a Convenção Única Sobre Estupefacientes, nos EUA, passou-se a aspirar por uma sociedade livre de drogas, um mundo sem drogas. Sob a liderança do então presidente estadunidense Richard Nixon, no auge da hegemonia dos EUA e inspirado pelo espírito vitorioso do pós-Segunda Grande Guerra, uma outra guerra foi declarada, desta vez contra as drogas. Em que pese o fracasso de uma outra experiência anterior, a da Lei Seca, que consolidou as gangues de tráfico de álcool e aumentou e profissionalizou a criminalidade no país, o ideal da guerra às drogas foi adotado e internacionalizado mediante os princípios proibicionistas e criminalizantes de seu uso.
A utopia de um mundo sem drogas, no entanto, foi-se mostrando cada vez mais distante. Informes do Escritório das Nações Unidas Sobre Drogas e Crime (UNODC) vêm anunciando que, desde então, o número de usuários dessas substâncias vem experimentando um assombroso crescimento. Um relatório do ano passado
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