Uma psiquiatria que enxerga a alma

Uma psiquiatria que enxerga a alma
“Zoloft – 50mg”, da série “Sob influência” (2002) de Bryan Lewis Saunders. A experiência com o antidepressivo sertralina produziu um de seus autorretratos mais sombrios, diz o artista
  Diferente de um órgão mais simples, as funções superiores do cérebro são complexas e ainda não compreendidas totalmente pela medicina. Transtornos mentais, portanto, precisam ser analisados e tratados em seu contexto sinuoso e enredado: do molecular ao molar, do problema biológico às disfunções familiares e sociais. Essa é a ideia do psiquiatra Táki Cordás, professor dos Programas de Pós-Graduação do Departamento de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (USP), do Programa de Neurociências e Comportamento do Instituto de Psicologia da USP e do Programa de Fisiopatologia Experimental da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Na esteira do aumento de quadros psiquiátricos durante a pandemia, Cordás reafirma a função do diagnóstico para os transtornos mentais e a importante associação entre médicos e terapeutas para um tratamento mais eficaz. À frente da coordenação da Assistência Clínica do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (FMUSP) e do Programa de Transtornos Alimentares (Ambulim), do Instituto de Psiquiatria (USP), Cordás tem buscado em palestras e discussões uma visão que não separe mais a psiquiatria da psicanálise. Nesta entrevista, ele ainda discorre sobre patologias, escutas, medicações e afetos. Alguns institutos de pesquisa apontam um aumento expressivo de doenças psicológicas durante a pandemia, inclusive criando uma “epidemia paralela” de doenças mentais. Como a psiquiatria entende e lida com esse impacto? Seria surpreendente se isso não ocorresse. O estresse é um dos principais dese

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