Privado: Um herói discreto

Privado: Um herói discreto
Antonio Candido no seminário acadêmico, falando sobre Sérgio Buarque de Holanda (Foto Francisco Emolo /Jornal da USP)
  Não é difícil prever que este livro está destinado a ter muito impacto, porque dá elementos de tipo singular para avaliar o papel da nossa Força Aérea na Campanha da Itália durante a Segunda Guerra Mundial, do ângulo muito vivo de um jovem tenente aviador da reserva. Fernando Corrêa Rocha era um alegre estudante de Direito na Universidade de São Paulo quando passou de um curso local de pilotagem para o treinamento rigoroso de piloto de caça nos Estados Unidos, incorporando-se a seguir à FAB e nela cumprindo com distinção, 75 missões de guerra. Eu o conheci bem desde os tempos em que foi meu calouro no Largo de São Francisco. Convivemos bastante e pude apreciar como era companheiro agradável, inclusive devido à grande musicalidade que o fazia entoar canções, marchas, sambas, foxes com voz afinada, além de brilhar na harmônica com perícia de virtuose. Tinha muito senso de humor e um toque de boemia, era sereno mas dotado de grande coragem, própria de sua família. Muito sociável e invariavelmente leal, sabia aglutinar os amigos em torno de si, sempre disposto a  ajudá-los, quando fosse o caso. As amizades que formou foram sólidas e afetuosas. Estes traços se refletiram em sua atuação como piloto na guerra, não apenas marcada pelo constante arrojo, mas também pelo espírito de equipe e a alegria que caracterizava a sua camaradagem. Foi ele um dos autores principais da letra e da música da impagável ópera composta no 1º Grupo de Caça por meio de colagem de textos de melodrama italiano e canções populares, alegre realização d

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