Privado: Transformações semióticas no espaço social
Irene Machado
Ilustração Adriano Paulino
Não é preciso muito esforço de imaginação para entender que somos seres de linguagem e que, com a linguagem, a vida se organiza em diferentes espaços sociais. No entanto, desde que as tecnologias se tornaram o lugar com base no qual é possível enunciar discursos sobre o mundo, a condição de usuários de linguagens cada vez mais diferenciadas parece ter suplantado o exercício da linguagem como atividade cognitiva e cidadã.
Até mesmo a noção de que vivemos na linguagem ganha ares de frase de efeito, como se a vida cotidiana não fosse regulada pelos modos de produzir e controlar informação codificada para transformá-la em linguagem.
Contudo, o trabalho da cultura não é reduzir, mas ampliar a atividade geradora dos códigos na produção de linguagem. Não é de diferentes trabalhos com a informação codificada que se trata ao se definir a condição oral, letrada ou midiática da cultura? Não é de transformações que estamos falando?
Logo, é preciso colocar no seu devido lugar o caráter da linguagem no contexto da comunicação contemporânea. Quer dizer, o caráter transformador dos códigos, bem como seu papel no controle das interações nos espaços sociais.
Convém lembrar que, na história da cultura ocidental, o trabalho dos códigos define não apenas estados de cultura; é pelos códigos que são identificados os instrumentos de controle, sociocultural e político. Nem sempre os códigos da linguagem são dimensionados como elementos das forças de controle de diferentes esferas da vida socia
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