Da maior importância

Da maior importância
Recentemente reencenada, a peça 'Para dar um fim no juízo de Deus' significou a retomada de Artaud por Zé Celso, em1997
  Quando o primeiro número da revista CULT chegou às bancas em julho de 1997 (trazendo, entre outros assuntos, uma relevante entrevista com o crítico Décio de Almeida Prado, conduzida de modo muito criterioso pelo professor e pesquisador João Roberto Faria), o panorama teatral paulistano vivia uma fase de ebulição criativa, na qual um conjunto de novas ideias, formas e temas – surgidos, de modo geral, no final da década anterior – ganhava corpo e alimentava o melhor da criação artística. Nossos dois maiores diretores de teatro ainda em franca atividade – Antunes Filho e Zé Celso Martinez Corrêa – lideravam seus grupos, como ocorre ainda hoje, por meio de uma inesgotável capacidade de experimentação. Vale notar que ambos nunca ficaram presos ao próprio passado, renovando constantemente a cena teatral por meio de uma postura estética que não se intimida jamais diante da transparência do novo. Antunes àquela ocasião começava a desenvolver sua investigação em torno do “falso naturalismo”, concebendo a série de ensaios de teatralidade chamada de “prêt-à-porter”, iniciada em 1998, na qual cabia ao próprio ator encarregar-se também da dramaturgia e da direção de experiências teatrais sustentadas pela execução de cenas breves, de acentuado caráter processual. Seguiram-se, então, as três tragédias gregas por meio das quais o diretor examinou o tema da “sinergia do mal”: Fragmentos troianos (1999), Medeia (2001 e 2002) e Antígona (2005). Depois foi a vez de A pedra do reino (2006), espetáculo que fez o diretor volta

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