Sociologia e a raça negra

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Sociologia e a raça negra
Du Bois assistindo ao desfile de 1º de maio em Moscou, na então União Soviética, em 1959 (University of Massachusetts Amherst/The W.E.B. Dubois Papers)
  W. E. B. Du Bois foi um dos grandes intelectuais do Ocidente moderno. Tendo sido um dos fundadores da sociologia, repeliu com seus contemporâneos a noção de raça que explicava a cultura pela biologia e abraçou a fundação da ciência empírica da vida social e do comportamento humano. No entanto, ao contrário dos seus pares europeus, para quem o mundo moderno deveria se basear em novas formas de solidariedade não comunitárias, mas associativas, como as classes sociais e as categorias profissionais, abandonando formas tradicionais como as etnias, as tribos e as raças, Du Bois compreendia o mundo moderno como resultado de projetos civilizatórios de raças históricas – a anglo-saxônica, a germânica, a latina etc., que erigiam Estados-nação e impérios que se expandiam por todos os continentes. Tal percepção parece clara em sua definição de raça – “ uma vasta família de seres humanos, geralmente de sangue e de linguagem comuns, sempre de história, tradições e impulsos comuns, que lutam juntos, voluntária e involuntariamente, pela realização de certos ideais de vida concebidos de modo mais ou menos claro” (feita em The Conservation of Races ) – e em sua previsão de que “o problema do século 20 é o problema da linha de cor, a relação das raças mais escuras com as mais claras dos homens na Ásia e na África, na América e nas ilhas marítimas” (apontada em As almas do povo negro). A diferença entre Du Bois, Durkheim e, antes deles, Marx se assentava nas suas distintas perspectivas políticas e nacionais. De um lado, os e

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