Privado: Sobre Twitter e Severinos
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Um pouco do que eu penso sobre o Twitter já foi publicado há muito na Revista Cult. Agora, para os queridos leitores desse blog.
Publicado na Revista Cult 147
Marcia Tiburi
O Twitter é mais do que a marca de uma ferramenta atualíssima da era digital, é mais do que o microblog em que milhões de pessoas se divertem, é mais do que uma rede social em que informações são partilhadas. Ele é também a expressão estrangeira que migra da vida digital para a vida não digital (como deletar, start e e-mail) e que, como palavra-brinquedo, é usado para enfeitar ou facilitar a fala quando se trata de não despender muito esforço de expressão. Palavrinhas substitutivas, tão bem-vindas como estrangeirismos, sejam eles turistas ou exilados em nossa pátria, obrigam a pensar uma economia política da língua, ou seja, a questão da produção da linguagem, do valor que damos ao que dizemos, e do poder objetivo do discurso no tempo da expressão colonizada.
Proponho, nesta linha, traduzir o texto do Twitter, feito linguístico de 140 caracteres, pela palavra “piada”. Se é correto traduzir Twitter por “piador”, e se é possível dizer que, cada vez que um pássaro pia, temos dele uma “piada”, eis que se mostra o conceito-imagem claro do Twitter: ele é o espaço ideal do dito engraçado ou espirituoso. É esse dito que vale como graça, como palavra final, ou como grande iluminação que faz sucesso entre os usuários da plataforma. Piada é também o chiste. Chiste, por sua vez, é palavra que, assim como Twitter, tem origem onomatopeica. Piada, no ent
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