Santoro em família

Santoro em família

Previsto para ser lançado em setembro, Meu País, do estreante André Ristum, filme apresentado no Festival de Paulínia, mostra o retorno de Marcos (Rodrigo Santoro), que mora na Itália, ao Brasil, para o enterro do pai (Paulo José).

O longa narra a história de uma família que se afastou física e afetivamente. Além do irmão que reencontra depois de anos, vivido por Cauã Reymond, que é viciado em jogo, Marcos descobre que tem uma irmã (Débora Falabella) com problemas mentais que está internada em uma instituição. “O filme tinha tudo pra cair no melodrama. A estrutura dramática era perigosa. Então, trabalhei muito para secar tudo, falar só o que precisava ser dito”, disse Rodrigo à CULT.
Leia entrevista abaixo.

CULT – O que você tem a ver com Marcos?

Rodrigo Santoro – O personagem é quase meu oposto. Eu não tenho problemas para falar de sentimentos, não tenho medo da intimidade. E ele é apavorado.

O filme não deixa claro o que causou a distância entre Marcos e o pai. Como desenvolveu o personagem?

Construí a história desde os primórdios, de quando ele era pequeno, de como é esse pai, a mãe. Coisas caíram na edição, ficava mais clara a dificuldade da relação com o pai – ele não demonstrava afeto aos filhos, e a mãe morreu cedo.

Como escolhe o personagem?

Não tem fórmula. É como quando se apaixona por alguém. É química, alguma coisa clica. Basicamente é o roteiro e o personagem, e acho muito importante as pessoas com quem vou trabalhar. O que levo de cada filme são experiências que vivi. Se o filme vai ficar bom, dar bilheteria, está fora do meu controle e não é o mais importante.

Participar do longa de estreia de um diretor, como é o caso do André, é um risco?

Claro. Tudo tem seu risco. Mas, no caso de um diretor estreante, é um risco maior. Mas alguma coisa me fisgou nessa história, sou filho de italiano, foi uma mistura.

Onde vive hoje?

Onde o trabalho está. Tenho casa no Rio, alugo em Los Angeles. E fico indo e voltando. Estou explorando e vivendo minha vida. Dois meses atrás estava em São Francisco, filmando um projeto para a HBO. Trabalhei com David Strathairn, cara genial!

Quais são os planos para o futuro?

A concretude dos meus planos é abstrata. A minha meta é o amadurecimento, evoluir como ator, trabalhar minha sensibilidade, meu corpo, minha voz. É uma influência que tenho sofrido por estar trabalhando fora. O ator lá fora tem formação e lê o tempo todo. Aqui não temos tanto essa cultura.

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