Roma Antiga inaugura ano de megaexposições

Roma Antiga inaugura ano de megaexposições

LUIZ PIRES

O MASP (Museu de Arte de São Paulo Assis Chteaubriand) apresenta uma exposição que retrata o cosmopolitismo do Império Romano.

Em um ano em que o museu se prepara para receber a obra de grandes artistas,  como Caravaggio, Modigliani e De Chirico, a mostra Roma – A Vida e os Imperadores tem o desafio de recontar a trajetória do povo e dos imperadores romanos no período tardio da República e os primeiros séculos do Império Romano por meio de arte, arquitetura e objetos da vida cotidiana.

Com mais de 370 obras do período dos imperadores, entre 49 a.C. – 217 d.C, a mostra reúne afrescos de Pompeia, estátuas de Júpiter, Armadura de Gladiador, desenhos do Coliseu e cerca de 60 joias.

A exposição ocorre de terça a domingo (incluindo feriados), das 11h às 18h e, às quintas, das 11h às 20h, com ingressos a R$ 15 e vai até o dia 1º de abril. Às terças a entrada é gratuita.

Confira abaixo entrevista que o historiador italiano Guido Clemente, professor na Universidade de Florença e curador da exposição, concedeu à CULT.

CULT – Como é contar a história através de uma exposição de arte?
Guido Clemente – Você deve ter uma ideia muito precisa da história que vai contar. Uma história contada através de imagens tem um apelo muito forte, mas é necessário que as imagens possam ilustrar a história de forma consistente.

É preciso também que as obras sejam belas, porque uma mostra deve ser agradável aos olhos de quem vê. Não importa se são grandes obras de arte, o importante é mostrar a qualidade de uma cultura, uma civilização.

Devem estar presentes também pequenos objetos, da vida cotidiana, que servem para entender como a sociedade funcionava. É importante dar a conhecer as diferenças e as semelhanças de uma civilização – no nosso caso, em um tempo distante e da qual herdamos muita coisa.

Quais foram os critérios para a escolha do acervo apresentado na exposição?
Ele seguiu a exigência do contorno dos temas da mostra. Cada módulo é um tema, que é ilustrado com as peças selecionadas. Estas, por sua vez, devem ser significativas em relação ao assunto. Não é uma exposição educativa – buscamos contar o que foram os romanos, segundo uma interpretação de sua história.

Como criar a atmosfera do Império Romano dentro de um museu?
Através de uma cenografia que ressalte a obra, deixando-a falar por si mesma. Além disso, embora pareça paradoxal, através de multimídia, uma ferramenta moderna que permite criar visualmente uma atmosfera.

Ao deparar com uma estátua de um imperador ou de uma divindade, que aparece isolada em toda sua solenidade, pensa-se imediatamente na monumentalidade, tão cara aos romanos. Da mesma forma, se você tem objetos do mundo do trabalho, é transportado para outra atmosfera, a dos escravos e camponeses.

Para alcançar esse objetivo, é necessário que o cenário não se sobreponha às obras, mas ajude a mostrar sua originalidade. Quem vê, deve poder imaginar e chegar através da fantasia aonde nada, a não ser a imagem, pode levar.

(3) Comentários

  1. Boa tarde, Tudo bem?
    Gostaria de saber até quando vai durar a exposição,

    obrigada,

    Franciely

  2. Boa Tarde
    Tive a grande felicidade de visitar está exposição, que sob todos os pontos de vista é sensacional, tanto pela montagem, como na escolha das peças, é simplesmente fantástica, sem palavras….meus parabéns ao Prof.Guido Clemente, Ficar próximo a uma escultura de mais de 2000 anos pelo menos para mim, é algo quase irreal, a beleza, a imponência, e a competencia dos artistas, é quase inacreditavel. Não posso definir a grandiosidade do passado romano, me senti transportado a cidade de Roma a 2000 anos atrás, e fiquei imaginando a monumentalidade desta cosmopolita cidade, sou um apaixonado pela história antiga , especialmente a História romana ,tendo eu mesmo um museu sobre o tema, ainda não instalado(por falta de espaço e como não deixaria de ser no Brasil por falta de verbas), com artefatos, cópias de originais , algumas peças pequenas originais do cotidiano, fibulas, vidros, moedas, claro uma coleção nada monumental, pois formar um museu(um acervo) e conseguir artefatos, sejam cópias ou originais, é muito dificil no Brasil, pelos custos(principalmente na alfandega), pois estes materiais que adquiro, difícil e lentamente, vem do exterior, não existe nada referente a Roma produzido aqui, faço algumas recriações de objetos baseado em pesquisa bibliográfica, em sites de museus.Sei que cada vez me sinto mais entusiasmado, quem diz que o passado já passou, ou que ele não tem importância, demonstra infelizmente o quão pouco conhece da força da herança da antiguidade.A quem se interessar pelo assunto visitem meu blog Museu Arqueológico Romano http://museudearqueologiaromana.blogspot.com.br/

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