Quem foi Emiliano Zapata?
O revolucionário mexicano Emiliano Zapata, em retrato de cerca de 1914 (Foto: Reprodução)
A Revolução Mexicana eclodiu em 1910 e se estendeu até 1917. O envolvimento encarniçado das populações subalternas expôs as feridas de um México profundo que as elites sempre fizeram questão de ignorar. O primeiro passo foi a deposição de Porfirio Díaz. Com trinta anos no poder, a serviço das potências estrangeiras e dos latifundiários mexicanos, o ditador costumava justificar sua política entreguista com um discurso “civilizador” e “científico”, na verdade racista, contra apaches, comanches, yaquis e maias. Curiosamente, seu lema era “Ordem e Progresso”.
Emiliano Zapata, um dos ícones da revolta popular, nascido em Anenecuilco em 1879, na região de Morelos, no sul do México, em uma família de pequenos proprietários de terra, ficou órfão ainda jovem. Cursou apenas o primário e foi inspirado por um professor anarquista. Desde cedo, identificou-se com a luta dos campesinos e indígenas contra os latifúndios açucareiros que expandiam às custas dos nativos. Desapossados pelas haciendas, mas forçados a trabalhar nelas ou a arrendar pequenos lotes, com frequência recorreriam à rebelião. Num momento em que a fazenda El Hospital interditou o cultivo de lotes arrendados, a população liderada por Zapata recuperou as terras à força. Começava aí uma saga revolucionária batizada de zapatismo, um dos mais aguerridos e coerentes movimentos armados da Revolução, e que deixaria uma marca indelével na história do México.
O principal opositor de Porfirio Díaz, ainda em 1910, era Francisco Madero, proprietário de terras que ag
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