Para que a escola continue a ser escola

Para que a escola continue a ser escola
(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
  “Os alunos estão ocupando as escolas para que elas continuem sendo escolas.” Certamente essa consideração do filósofo Paulo Arantes apreende uma faceta privilegiada do sentido dos dias das escolas ocupadas em São Paulo e Goiás. Os estudantes respondem à máquina neoliberal de produzir reformas e choques de gestão. Na resistência, sublinham o signo da educação, que deixa de ser apenas um slogan governamental e passa a ser objeto político privilegiado. Há que se perguntar: “Por que só agora?”. Afinal de contas, não é de hoje a soma de fracassos escolares. Reformas vão e vêm, e as ruínas da instituição escolar continuam, bem como permanecem os índices de avaliação desoladores. Mas algo recente fez dos estudantes porta-vozes de um acontecimento político. Decerto, é uma geração forjada nas manifestações de junho de 2013 e nos levantes de ocupações urbanas desse início de década. Mas para compreender a configuração propriamente estudantil dos protestos nas escolas, é preciso antes compreender como, em 2015, o terreno educacional se mostrou movediço e ofereceu possibilidades de análise mais crítica. 2015: um ano educador? Lançada com pompa e circunstância, a marca da Pátria Educadora viu contrastar com inúmeras lutas, desde o início, seu receituário neoliberal do valor agregado pelo capital humano da pesquisa e o desenvolvimento. Algo escapou da estratégia traçada pelo ex-secretário Mangabeira Unger em colocar a educação como fator central para o Brasil tornar-se um gigante do ringue econômico. Lembre-se de

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