Para Gustav Wyneken

Para Gustav Wyneken
Gustav Wyneken (Foto: Wikimedia Commons)
  Berlim, 9 de março de 1915 Prezado Senhor Doutor Wyneken Peço-lhe que receba estas linhas, com as quais me separo inteiramente e sem cautela do senhor, como última demonstração de lealdade e apenas isso. Lealdade, porque não poderia dizer nenhuma palavra a alguém que escreveu aquelas linhas sobre a guerra e a juventude, e porque quero dizer ao senhor, a quem nunca – sei disso – pude dizer livremente, que o senhor foi o primeiro a me conduzir na vida do espírito (Geist). Por duas vezes em minha vida fiquei diante de alguém que me tenha apontado a existência espiritual; foram dois os mestres que me fizeram crescer, e um deles é o senhor. Como porta-voz de um pequeno número de seus alunos – não os que lhe eram mais próximos –, quis dirigir-lhe poucas palavras na Breslávia, em outubro de 1913. A falta de liberdade de alguns deles não permitiu, na última hora, que isso acontecesse. As palavras que pensei dizer são as seguintes: Esta época não tem uma única forma que nos permita expressão silenciosa. Mas nos sentimos escravizados por essa ausência de expressão. Rejeitamos a expressão escrita fácil e irresponsável. Nós, que aqui estamos juntos, acreditamos que a posteridade, pelo menos uma vez, dirá o nome do senhor. A vida não permite nenhum lugar para essa consciência. Contudo, deve haver espaço para um intervalo de um minuto. Nós o chamamos portador de uma Ideia, externamente dizemos assim: isso é verdadeiro. Mas, nesta época, vivenciamos outra coisa como escolhidos. Ficamos sabendo que o espírito também une pessoas

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