Os eternos companheiros de Dioniso
Os Satyros comemoram vinte e cinco anos de interação lúdica e lúcida com a cidade
A longevidade de uma companhia de teatro é uma meta com a qual talvez poucos diretores, atores e dramaturgos no Brasil ousem sonhar. A estabilidade do grupo sedimenta seu projeto artístico, estabelece com o público vínculos mais duradouros e convida à necessária experimentação de repertório e de linguagens. Assim é que o fato de uma companhia como Os Satyros chegar já a seu vigésimo quinto ano de existência deve ser celebrado por todos aqueles que creem que o teatro ainda tem muito a dizer nos tempos atuais. (Vale conferir a série de atividades especiais que o Itaú Cultural está organizando, a partir desse mês de outubro, para marcar a data.)
Fundada em 1989 por Ivam Cabral e Rodolfo García Vázques, com a montagem de Aventuras de Arlequim, a companhia iria se tornar nacionalmente conhecida com o espetáculo Sade ou noites com os professores imorais, sua primeira incursão por A filosofia na alcova, do Marquês de Sade, autor que orientou boa parte do repertório artístico e político do grupo e esteve no centro das comemorações de suas duas décadas. Entretanto, a trajetória d’Os Satyros – uma das mais consequentes no panorama geral da cena contemporânea brasileira – deve ser avaliada menos pelo bom número de espetáculos que conceberam com temas polêmicos, difíceis de serem digeridos pelo grande público, e mais pela ousadia de tratar tais assuntos pelo viés de uma teatralidade viva e inquieta.
Além de militar em uma vertente teatral de clara voca
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