oficina literária | eles chamam de alopecia androgenética eu chamo de maldição

oficina literária | eles chamam de alopecia androgenética eu chamo de maldição
Fernando Saraiva (Wikimedia Commons, Rdne Stock Project/Pexels, Library Of Congress)
  meus cabelos crescem feito sonho elaborado à revelia da queda que teima em lembrar que o corpo é uma selva terreno poroso e pra sobreviver à selva é preciso aprender a ser parte dela integrá-la os cabelos caem como as memórias viram esquecimento vão-se e ficam os vãos do maior comprimento já não me lembro ao cabelo grande me foi tirado o direito como ao gênero ao sexo ao beijo e ao afeto amor-novela mas teimando com tudo ele cresce o cabelo ele cresce meio troncho feio mesmo vai crescendo como a feiura se adapta ao belo pra ficar estranha exótica incomum arrumada no truque   fio a fio segue tentando não fracassar no percurso orelhas ombros costas abaixo almeja a tão sonhada nádega ansiando a profecia do cabelo batendo na bunda é um dizer o cabelo diz que o passado que não se tem de volta revisitado pode ser tinta hoje pinta um possível diz sim à esperança do crescimento ainda que folículo abrindo caminho na epiderme do não não essa palavra calva de sonhos   A Oficina Literária é uma seção dedicada exclusivamente à publicação de textos literários inéditos, poéticos ou em prosa. Os originais, com no máximo 3.000 caracteres com espaços, devem ser enviados para oficinaliteraria@revistacult.com.br e inseridos no próprio corpo da mensagem, na qual deverão constar também nome completo, idade, ocupação e endereço do participante. Avaliados pela equipe da revista, os textos não serão devolvidos nem comentados. O envio de qualquer trabalho para a seçã

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