Privado: Oficina Literária
Tão grande quanto
Amar é fácil
Difícil é reconhecer o desamor
E eu desamo
Desamo a despeito de Paulo
Em Coríntios capítulo treze
E me impaciento
Meu amor não espera nada
E suspeito que não seja benigno
Cresce desordenado
No fim de tudo desamo
Irrito-me e não tolero
Metástase.
Chafurdando
Vem
Que os fodidos estão
Loucos para amar
Os fodidos insistentes
Que socam a lama
Sujando o rosto e o coração
Os fodidos insistem em
Fundir-se
Os fodidos nos coxos
Cheirando a lavagem
Esse amor de homem
E mulher, às vezes
É tão lindo
Quanto uma vara
De porcos.
Adriane Garcia Pereira, 41, é funcionária pública em Belo Horizonte (MG), historiadora por formação e vencedora do Prêmio Paraná de Literatura
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