O tempo reencontrado

O tempo reencontrado
Cinema japonês na Liberdade, de Alexandre Kishimoto (Foto Divulgação)
  Ir ao bairro paulistano da Liberdade – célebre pela concentração de imigrantes orientais – para assistir a filmes japoneses tornou-se desnecessário. Pela internet, é possível baixar ou ver por streaming (pagando ou não) clássicos e novidades. Lojas virtuais de DVDs e Blu-rays espalhadas pelo mundo vendem títulos que entregam na casa do cliente em poucos dias. Ainda assim, se o interessado quiser visitar a Liberdade com esse objetivo, descobrirá que discos piratas com filmes de diversas épocas podem ser encontrados em barracas de camelôs nas ruas e em apertados quiosques de galerias comerciais (onde também se oferece um amplo catálogo de seriados e telenovelas). Não será possível, contudo, ver filmes do Japão em salas de cinema – na Liberdade ou em qualquer lugar do Brasil. São raros os longas daquele país que chegam ao circuito comercial brasileiro, restando para festivais e retrospectivas a chance de travar contato com essa produção. Nem sempre foi assim, como lembra Cinema japonês na Liberdade. Baseado em dissertação de mestrado em Antropologia Social defendida na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, o livro conduz o leitor, por meio de pesquisas e de depoimentos, a um tempo em que chegaram a funcionar quatro salas de cinema na Liberdade, com programação regular e diversificada. De 1948 a 1988, cerca de 2.600 títulos foram lançados nesse nicho do circuito paulistano (sem contar os filmes que alcançaram as salas não-especializadas da cidade). Seria uma rica matéria-prima para uma

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