Privado: O que pensam os jovens que ocupam as ruas?
Paulo Henrique de Oliveira, Mayara Vivian, Vitor Quarenta e Dennis Conte em frente ao muro do Espaço Revista CULT/Foto: Paula de Almeida Prado
“Por uma vida sem catracas”. Certamente este é um dos mais bem sacados slogans dos últimos tempos, quando quase todas as atividades do mundo capitalista são controladas por aquela máquina cinza e fria, que, acionada por um cartão magnético, libera a passagem. No caso de empresas, ela marca os horários de entrada e saída, controlando o cotidiano dos trabalhadores. No caso dos ônibus, ela só abre se houver crédito no bilhete. E nos últimos anos, com o aumento da tarifa dos transportes, a tungada no bolso do passageiro tem sido cada vez maior.
Este é o slogan do Movimento Passe Livre (MPL), que surgiu em 2003, no meio estudantil. O objetivo era brigar por uma catraca liberada para os estudantes. No entanto, a partir de debates e de protestos contra os aumentos desde o começo deste novo século, o movimento cresceu e ampliou sua pauta: saiu na briga pela “tarifa zero”, não só para estudantes, mas para todo mundo. Por trás das reivindicações da catraca livre está o sonho de construir uma outra realidade, mais justa e mais humana.
Este ano, em junho, o MPL voltou às ruas, pedindo a redução da tarifa de ônibus que, em São Paulo, havia pulado de R$ 3,00 para R$ 3,20. Os “atos”, como eles chamam, foram engordando, cada vez mais pessoas saíam para as ruas, em protesto. E os vinte centavos se tornaram o símbolo de uma insatisfação maior com os rumos da via brasileira, espalhando-se pelo país adentr
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