O que há de novo na nova direita brasileira?
Edição do mêsManifestação a favor do impeachment de Dilma Rousseff na frente da sede da Fiesp, em São Paulo, em 2016 (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Anos antes da chegada de Bolsonaro ao Planalto, um novo ativismo de direita passou a ocupar as redes e as ruas brasileiras, deixando atônitos analistas políticos acostumados a associar movimentos sociais e manifestações apenas a grupos de esquerda. Houve quem dissesse que, a despeito do uso de técnicas contemporâneas de ativismo, as ideias defendidas pelos militantes seriam basicamente as mesmas da direita tradicional atuante no país: neoliberalismo e conservadorismo.
No entanto, o bolsonarismo, surgido entre 2014 e 2015, se apoiou em um outro fenômeno político, cuja trajetória remonta há quase 15 anos: o surgimento de uma nova direita brasileira. Ao contrário da direita envergonhada que veio atuando no país desde a redemocratização, com base em uma defesa algo hesitante do livre mercado em público e em um conservadorismo difuso, a nova direita não tem nenhuma vergonha de se afirmar como tal. Unificada em torno do combate ao que considera ser uma hegemonia cultural esquerdista que teria passado a vigorar no país desde a redemocratização, age em defesa de uma combinação entre radicalismo de mercado e um conservadorismo programático e visa romper com os limites do pacto democrático de 1988.
Porém, antes de apontar como a nova direita brasileira surgiu, é preciso responder à pergunta sobre o que de fato haveria de novo na nova direita. Afinal, é muito comum entre analistas políticos o uso de expressões como “direita radical” ou “extrema direita” para se referir a esse mesmo fenômeno, destacando sua continuidade com a direi
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