Marcelino Freire, Elvira Vigna e Joca Reiners Terron dão dicas de leitura

Convidados pela CULT, os autores recomendam contos de Nathalie Lourenço, poemas de Josoaldo Lima Rêgo e crônicas de Cadão Volpato   Marcelino Freire, escritor O livro de contos Morri por educação – Dezessete contos desgraçados, da estreante Nathalie Lourenço. Conheço essa jovem, tímida, faz um bom tempo. Mas, na sua prosa, quem disse que ela é, assim, tão quieta? Solta o verbo, perturba, ironiza, mata. Tem uma língua afiada e mal-educada, do jeito que eu gosto. Este livro foi um dos vencedores de um concurso promovido pela Oito e Meio, sendo publicado, agorinha e muito bem-vindo, pela editora carioca. Elvira Vigna, escritora, ilustradora e crítica de arte Um desconhecido (para mim) me manda pela internet. Adorei o livro. Josoaldo Lima Rêgo. Carcaça, lançado pela editora 7Letras. É um livro de poemas extremamente forte, te dá uma experiência de limite, inclusive da linguagem. Pus uma palinha no meu site, repito aqui: “Em altamira/PA/ raimundo nonato decide/ matar o tempo:/ dança no escuro/ e arranca quatro dentes à foice/ sem paz/ ao som duma turbina/ de hidroelétrica”. Joca Reiners Terron, escritor O livro de Cadão Volpato, Os discos do crepúsculo, se divide entre memorabilia, crônica e ficção sobre as influências literárias e musicais, principalmente, do cantor e letrista da banda Fellini, maior óvni do rock brasileiro dos anos 1980. Desde aquela década, il signore Volpato sempre foi um sujeito meio estranho, tão anacrônico em suas referências italianas e surrealistas, referindo-se a episódios his