O movimento de Saussure em seus manuscritos

O movimento de Saussure em seus manuscritos
(Andreia Freire)
  O progresso da ciência é medido pelos seus resultados e a isso o Curso de Linguística Geral responde satisfatoriamente na medida em que, neste século de sua existência, ele se desgasta e se renova com igual vigor, experiência que o consagra como um clássico entre as áreas de conhecimento que reconhecem na linguagem o seu eixo. Contudo, se por meio desse clássico, por um lado, se reconhecem os contornos de um objeto que ainda resiste aos esforços de delimitá-lo, por outro, pouco se sabe do processo que levou a tais formulações. O texto de "Engler, The making of the Cours de Linguistique Générale", publicado em 2006, nos trazia informações sobre a coxia dessa edição. Atualmente, a discussão sobre a produção de Ferdinand de Saussure exige que se traga à cena evidentemente o CLG, mas também os cadernos dos alunos e ainda os manuscritos de Ferdinand de Saussure. Agora todos ocupam o palco e o protagonista do espetáculo depende da luz que se joga sobre cada um desses personagens. Dito mais claramente, os leitores do CLG que tradicionalmente dirigiam-se sobretudo ao CLG e, portanto, às respostas que ele trazia, atualmente questionam-se com mais insistência a respeito das perguntas e dos processos que levaram a tais respostas. Assim, se o percurso, por muito tempo, foi ofuscado pelo brilho do resultado, agora é premente que se retire o processo das sombras e diminua a luz sobre o CLG para abrir o foco sobre o movimento de Saussure em direção ao que se encontra hoje nesse clássico. Entretanto, quando nos permitimos redirecionar a luz e abr

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