O moto-contínuo do teatro
Edição do mês
No último dia 1º de novembro, a atriz Renata Sorrah recebeu a Cult em uma sala de ensaio do Teatro Popular do Sesi, na Avenida Paulista, em São Paulo, para falar de seu mais recente trabalho nos palcos – o espetáculo Ao vivo (Dentro da cabeça de alguém), da Companhia Brasileira de Teatro, dirigido por Marcio Abreu. Dona de uma sólida carreira de mais de cinco décadas como intérprete, seja no teatro, no cinema ou na TV, Renata se orgulha de suas escolhas e destaca, na fase atual, a cadeia de afetos que entrelaçou sua participação, há exatos cinquenta anos, na montagem de A gaivota, dirigida por Jorge Lavelle, à peça atualmente em cartaz, cujo ponto de partida é também a criação tchekhoviana. Ainda que recuse a possibilidade de estar sendo homenageada em cena, em Ao vivo a performer atua como um dínamo cuja admirável energia impulsiona muitos movimentos dentro e fora do palco: estéticos, políticos, comportamentais.
Em que momento da sua vida e da sua trajetória artística Ao vivo (dentro da cabeça de alguém) chega para você?
A peça é o resultado do meu encontro com o Marcio Abreu, que já dura doze anos, de coisas que a gente foi falando, pensando. Nós dois temos uma paixão pelo texto d’A gaivota, de Tchekhov. Eu fiz A gaivota em 1974 com o Jorge Lavelli – que já tinha saído da Argentina e estava em Paris, no Théâtre La Colline. A Tereza Rachel o conheceu em Paris e o chamou para dirigir a peça. O ponto de partida da dramaturgia de Ao vivo foi uma história que eu contei para o Marcio a respeito do processo daquela montagem.
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