O jovem Welles: o teatro e o rádio

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O jovem Welles: o teatro e o rádio
Orson Welles (Reprodução)
  Orson Welles iniciou sua carreira de diretor e ator de teatro na Broadway em 1936, um momento de grandes investimentos do governo Roosevelt em todos os segmentos econômicos para diminuir o desemprego e acelerar a economia. No segmento cultural do New Deal, o teatro foi o palco de reunião de escritores de esquerda e marxistas, e de antifascistas, como Ernest Hemingway e Archibald McLeish. Contratado por John Houseman para integrar o Federal Theatre Project, Welles estreou, em abril de 1936, com uma encenação inovadora e provocativa de Macbeth, composta inteiramente por atores negros, inclusive com músicos haitianos no palco. Esse projeto se integrava à visão progressista de Welles quanto à cultura afrodescendente, e seria a matriz de duas outras duas obras inacabadas: a adaptação de Coração das trevas, de Joseph Conrad (1940-1941), e o documentário musical It’s All True, filmado no Rio de Janeiro e no Ceará, em 1942, mas abortado pela RKO. Depois de desentendimentos políticos, Welles e Houseman decidiram criar sua própria companhia: o Mercury Theatre. A estreia retumbante do Mercury se deu com outra encenação inovadora de Shakesperare: Julius Caesar (1937). A verdade é que a peça de Welles, ao mesmo tempo em que despertava o interesse da intelligentsia americana pelo caráter antifascista, inovava graças ao uso da iluminação, da cenografia, e da interpretação expressionista e “teatralizante”, que Welles conhecera no Gate Theatre, quando trabalhou com Hilton Edwards. O diretor usou também técnicas cinematográficas na encenaç

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