O crime de Lady Gaga
Marcia Tiburi
Lady Gaga é o mais recente ídolo pop da cena internacional. Entenda-se por ídolo pop um indivíduo que encanta as massas com a habilidade artística de que é capaz sendo seu autor ou o mero representante de uma estética inventada por publicitários e estrategistas de produtos culturais. Nesse sentido, todo ídolo pop age como o flautista de Hamelin conduzindo por certo efeito de hipnose uma quantidade sempre impressionante de pessoas. Ele é também um guia estético e moral das massas. A propósito, entenda-se por massa um grupo de indivíduos que, ao se encontrar com outros, perde justamente a individualidade, tornando-se sujeito de sua própria dessubjetivação. Em outras palavras, ele é hipnotizado como se estranhamente desejasse sê-lo. A Indústria Cultural depende desse mecanismo, por meio do qual oferece ao indivíduo a oportunidade de se perder com a sensação de que está ganhando. O ídolo pop é a humana mercadoria que permite o gozo pelo logro que o espectador logrado aplica a si mesmo.
Lady Gaga certamente veio para nos lograr. Mas, como disse Walter Benjamin sobre livros (e também putas), muitas vezes a mercadoria vale muito mais do que o dinheirinho que pagamos por ela.
O paradoxal desejo das massas
Antes de mais nada, é preciso ver que Lady Gaga, a despeito da qualidade boa ou má de si mesma e do que ela produz, vem a nós com números impressionantes. Se na internet seus vídeos são vistos por milhões de pessoas (certamente, quando você ler este artigo, os números serão ainda maiores) é porque ela mesma sabe – ou o diretor e roteirista de seus belos videoclipes nos quais a quantidade aparece, seja na nota de dólar com o rosto de Gaga como no vídeo de “Paparazzi”, seja em “Bad Romance” nos índices na cena dos computadores – que se trata em sua obra da questão da quantidade, mais do que da qualidade. A Indústria Cultural sempre tem na quantidade uma questão mais importante do que a qualidade, mas, se Lady Gaga sabe disso e não o esconde, é porque elevou o cinismo a discurso, mas, ao mesmo tempo, lança-nos uma ironia capaz de fazer pensar.
A questão da quantidade adquire um contorno subjetivo na mentalidade dos indivíduos aniquilados no todo. Assim, uma característica expositiva da condição das massas de nosso tempo é o próprio “desejo de ser massa”. Trata-se da ânsia de adesão ao todo que se disfarça no desejo de saber o que todo mundo sabe, ver o que todo mundo vê. Complicado falar de desejo das massas, quando a “massa” remonta à possibilidade de se deixar moldar pela ação exterior justamente por ausência de desejo. Podemos, no entanto, entendê-lo usando uma imagem gasta como a da ovelha a participar do rebanho. Um modo de ter lugar desaparecendo mimeticamente no todo. Nesse sentido, o desejo de ser massa é o mesmo que nos coloca na situação de fazer parte da audiência fazendo com que liguemos a televisão no programa mais visto, que queiramos ver o filme com a maior bilheteria, que, caso cheguemos a desejar um livro, seja da lista dos mais vendidos. Fazer parte da audiência é a garantia de que em algum momento estaremos juntos, que faremos parte de uma comunidade mesmo que ela seja apenas “espectro”. A angústia da solidão, da separação e da própria individuação desaparece por um passe de mágica da imagem do ídolo pop.
Uma estética pop para o pós-feminismo?
A obra da jovem Lady Gaga não é objeto descartável como a maioria das mercadorias promovidas no contexto da indústria e do mercado cultural. Se nos detivermos em sua música, em sua dança ou em sua imagem isoladamente, não entenderemos o todo da mercadoria. Portanto, é preciso estar atento à performance que ela realiza. A apreciação disto que devemos hoje chamar de obra-produto ou produto-obra deve começar por aí, tendo em vista que, acima de tudo, Lady Gaga é uma performer que agrega em seus vídeos diversas formas artísticas que vão da música ao cinema, passando pela dança e chegando a uma relação curiosa com um aspecto inusitado da produção contemporânea nas artes visuais. Lady Gaga tange em seus vídeos mais famosos questões que estão presentes na obra de artistas contemporâneas que podemos chamar de vanguardistas por falta de expressão melhor, tais como Cindy Sherman, Daniela Edburg e Chantal Michel. No Brasil, Karine Alexandrino, Paola Rettore ou o pernambucano Bruno Vilella praticam a mesma suave ironia até o mais cáustico deboche com trabalhos sobre mulheres mortas.
O tema da mulher morta torna-se quase um lugar-comum na arte contemporânea, como foi no século 19. Naquele tempo, ele representava o impulso próprio do romantismo que via na mulher falecida e inválida um ideal agora retomado de modo irônico por diversas artistas contemporâneas. Lady Gaga vai, no entanto, muito além dessas artistas em termos de coragem feminista. Enquanto elas zombam das mulheres estereotipadas que morrem como Ofélias por um homem, Lady Gaga, de modo mais surpreendente e corajoso do que importantes artistas cultas, dá um passo adiante.
No vídeo de “Paparazzi” fica exposto o amor-ódio que um homem nutre por uma mulher, a invalidez à qual ela é temporariamente condenada por sua violência e, por fim, uma vingança inesperada com o assassinato desse mesmo homem. “Incitação à violência”, pensarão as mentes mais simples; “feminismo como ódio aos homens”, dirá a irreflexão sexista acomodada, quando na verdade se trata de uma irônica inversão no cerne mesmo do jogo simbólico que separa mulheres e homens. Se em “Paparazzi” o deboche beira o perverso autorizado psicanaliticamente (a mulher sai da posição deprimida ou melancólica e aprende a gozar com seu algoz, que ela transforma em vítima), em “Bad Romance”, “o vídeo mais visto de todos os tempos”, mulheres de branco – como noivas dançantes – surgem de dentro de esquifes futuristas para curar uma louca que chora querendo ter um “mau romance” com um homem. Um contraponto é criado no vídeo entre a imagem do rosto da própria Gaga levissimamente maquiado, demarcando o caráter angelical de sua personagem, em contraposição ao caráter doentio da personagem da mesma Gaga de cabelos arrepiados e olhos esbugalhados. Entre eles a bailarina sensual junto de suas companheiras faz o elogio do corpo que é obrigado a se erotizar diante de um grupo de homens.
A noiva é queimada. Sobre a cama, no fim, a noiva como um robô um pouco avariado, mas ainda viva, contempla o noivo cadáver. A ironia é o elogio do amor-paixão, do amor-doença e morte ao qual foi reduzido o amor romântico pela estética pop da ninfa pós-feminista. O feminismo só tem a agradecer.
Em “Telephone”, a estética eleita é a da lésbica e da pin-up. Ambas criminosas. A primeira por ser uma forma de vida feminina que dispensa os homens, a segunda por ameaçá-los com uma estética da captura (a mulher-imagem-de-papel, a mulher “cromo”, a mulher-desenho-animado que configura o conceito do “broto”, do “pitéu”). No mesmo vídeo o personagem de Gaga compartilha com Beyoncé uma cumplicidade incomum entre mulheres.
Esse sinal é dado no meio do vídeo, quando Beyoncé vai resgatar Gaga na prisão e ambas mordem um pedaço de pão, que logo é lançado fora como algo desprezível. A comida mostra-se aí como o objeto do crime. O vídeo é mais que um elogio ao assassinato do mau romance, ou da vingança contra o evidente amor bandido de quem a personagem de Beyoncé quer se vingar. Trata-se de uma profanação da comida pelo veneno que nela é depositado. O amor bandido é morto pela comida, uma arma simbólica muito poderosa associada à imagem da mulher-mãe, da mulher-doação, dedicada a alimentar seu homem na antipolítica ordem doméstica.
O palco é a lanchonete de beira de estrada como em Assassinos por Natureza, de Oliver Stone. O assassinato é o objetivo do serviço das duas moças perversas que, no fim do vídeo, dançam vestidas com as cores da bandeira norte-americana – meio Mulher Maravilha – diante dos cadáveres de suas vítimas, já que, além do amor bandido, todos morreram. Cinismo? Sem dúvida, mas como paradoxal autodenúncia.
Mas o maior crime de Gaga, aquilo que fará com que tantos a odeiem, não será, no entanto, o feminismo sem-vergonha que ela pratica como uma brincadeira em que o crime é justamente o que compensa? E, como ídolo pop, não poderá soar aos mais conservadores como um modo de rebelar as massas de mulheres subjugadas pela perversa autorização ao gozo, doa a quem doer?
(185) Comentários
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Bastante curioso o escrito, noto uma forte impressão de opiniões pessoais.
Escreves muito bem!
Abraços, Cláudio SESADES
é facil ser feminista quando se tem um pequeno penis.
Não dá pra levar tão a sério Lady Gaga.
Acho que Lady Gaga,gostemos ou não, é pura diversão descompromissada, nem um pouco ‘fake ‘,puro prazer,sem pretender filosofia nenhuma a respeito, nada além da imagem da hora, e como tudo o mais…ame-a ou…
Cara Márcia, gostaria que você elaborasse um post comentando a escalação de Dunga para Copa. Muito mais importante que avaliar Lady Gaga. Muito pior que a crítica é o desprezo. Ao colocá-la em evidência você a está reconhecendo e lhe dando valor.
Incrível, Gaga é tudo isso mesmo?
excelente texto Márcia! cheio de simbologias e significados que só alguém com bases no conhecimento e cultura podem ter e enxergar.. entender o processo ‘lady gaga’ se faz essencial pra entender o comportamento especialmente, mas não só, dos jovens atuais! e ao contrário dos outros q comentaram acima, dá pra se levar E MUITO a sério o q ela está produzindo! e olha q nem sou fá n, só gosto da estética! rsrs
Ela nao podia mesmo pretender nada, ainda ontem vi uma apresentação dela no American dols na SONY, alem de feia, canta mal e mal parava em pé naquele salto alto …. mesmo assim, arrasta uma legiao de fãs, gosto nao se discute, se lamenta!!!
Concerteza Lady Gaga, faz parte dessa cultura de simulacros onde os consumidores que vão ao gozo facil, achei sua análise dos seus videos muito boa, encaixa muito bem nesta perspectiva pós-moderna…
É uma leitura [boa] possível. Mas juro que nunca prestei atenção a nenhum traço [pós]feminista em Gaga. Já vi a ironia e o cinismo. Interessante pensarmos melhor sobre esse desejo de sermos massa, sermos parte da audiência para sermos vistos, já que o conceito de massa traz justamente a invisibilidade.
Pura diversão descompromissada? Claro, a Universal Music adora uma brincadeira!
Márcia, excelente texto pra quem entendeu!
Eu acho que é preciso conhecer história “geral” e história da arte pra entender o seu texto, que ao meu ver é tão paradoxal como a própria Lady Gaga. Eu já havia pensado nela mais ou menos como você pensou (bem menos do que mais, rs). E me senti um tanto aliviada comigo mesmo ao ler o seu texto!
Você escreve muito bem, um dia espero ser assim…
Já ouvi os hits que vc citou no texto. E só. Não sou fã da Gaga, mas adorei ler a sua interpretação acerca dos clipes. E tem uma lógica nisso sim, principalmente no que diz respeito ao feminismo. Mas é um feminismo que passa despercebido, acho eu, pela maioria das mulheres. As letras parecem que levantam uma bandeira mesmo contra a mulher Amélia. A submissão feminina fica pra trás. Sua análise sobre alguns dos símbolos dispostos nos clipes são interessantes. Curti.
Márcia, fico muito agradecido , eu não escuto essa Lady das regiões abissais só ouço o eco que ela produz, vc foi ao inferno e retornou explicando como tudo funciona por lá , e eu sai sabendo das coisas sem sair com o cabelo fedendo a enxofre , parabéns pela coragem e inteligência!
Achei valida sua opinião sobre a Bizarra Ladygaga.Confesso q ja “ri” vendo seus clipes.A Madonna,apesar de nao ser fã dela mas escancarou coisas q muitas pessoas nao gostariam de ver .Agora Lady gaga num tom mais humorado traz uma mulher q permanece no seu Mal relacionamento,por desejo de uma vingança-amorosa,desejo de estar no comando,qtas nao vivem um BAD ROMancE e continuam só pra dar o troco.Qual é a vantagem nisso ?qual é a mensagem benefica disso ..não sei !Pra mim , seu efeito é só reflexo de como estamos hj em dia , não só de mulheres , de modo geral .Enfim,ela é diferente e sinistra.Eu acredito q vivemos ainda num mundo muito machista,podemos notar nos detalhes .Como por exemplo vc seria mais Inteligente se postasse algo Tipo Copa do Mundo , pq será ? Mas nós tb gostamos,por isso espero seu post sobre a seleção do Dunga,flaow!!
Márcia, gostei muito da análise. Talvez nem a própria Gaga ou os que a “montam” tenham consciência dos simbolos com os quais lidam. Acho que “fenômenos pop” devam ser pensados e analisados sim. O fato de serem “produzidos” para uma massa que efetivamente os “consome” só faz aumentar ainda mais a questão sobre o por quê isso ocorre. E questões, ao meu ver, nunca são demais. Parabéns.
Lady Gaga é balada ‘da hora’, curtição… é até uma delícia , não dá pra levar tão a sério… A sociedade moderna tem mesmo seus problemas de insatisfação e repressão, mas…. vamos falar dela, “pior que a crítica é o desprezo”, o silêncio, o vômito.Vamos FALAR!!!!!!!!!!!!!!
Carlos, pelo que entendi, não é apenas a crítica em si que motivou o artigo em questão, mas, sim a crítica atrelada a uma análise consistente, envidenciando determinados conceitos. Enfim, é apenas uma interpretação. Não creio que você vá encontrar análises de futebol nesta revista. Posso estar enganda. Parabéns, Márcia, sempre que posso, leio seu espaço na revista.
Gostei muito de sua analise do fenomeno de midia Lady Gaga….de fato, em seus videos ela usa os elementos cliches da cultura pop para esculhamba-los….ela se mostra como uma critica à varias atitudes tipicamente femininas…mulheres que gostam de homens violentos,( Bad romance) que saõ subjugadas pelo machismo…e tudo isso com uma estetica muito interessante. A propria dança, com Lady Gaga e Beyonce de Mulher maravilha, depois de um assassinato em massa, é pura ironia sobre a cultura americana, armamentista e vingativa. E como vemos nos comentarios acima….as pessoas nem notam que que não pensam….
ótimo texto (embora de semblante muito pessoal).
o sucesso da lady gaga – principalmente entre os jovens – é inquestionável. não só por isso, mas também pela aparente subjetividade de sua obra, esse tipo de analise é bastante pertinente, ao meu ver.
como disse o carlos logo acima, você está reconhecendo e lhe dando valor, mas um valor que lhe é devido. a lady gaga trouxe esta dose de complexidade que os jovens precisavam (ou precisam). aquelas receitas de pouca roupa, ostentação ao dinheiro e letras estupidas estavam (mesmo) cansando.
o que falta agora é ver a influencia dessa mulher de modo serio. não dá pra encarar uma obra de tamanha estranhesa com normalidade.
Fiquei provocado quando “uma característica expositiva da condição das massas de nosso tempo é o próprio ‘desejo de ser massa'”. Nosso tempo? Esse tempo onde significante parcela da produção (ou pelo menos da promoção) comercial está nas mãos de seus consumidores (aiaiai se vc n escrever sobre a seleção, rs)? E como se não bastasse, se eu posso interferir na produção, por que não eu mesmo ser a mercadoria? E o turbilhão de recém ícones pop nos “TT’s” toda semana que passa?
Ok, todo mundo sabe disso. Então por que a Lady Gaga reergue (não?) o panóptico da indústria cultural? Agora fico sem saber se te discordo ou não. Por que há uma massa forçada de fracassados advinda dessa nova empreitada que é criar shows de si? Talvez nem seja um característica especifica das massas, mas apenas o nosso vital desejo de associação, de estar junto pro bem ou pro mal. Hoje, a organização da atenção na vida em rede fez criar oligopólios de visibilidade, muitos ficam sobrando, tornando o desejo de massa uma escolha razoável. A indústria cultural exerce a tarefa ou a impressão de “democratizar” a vigília por todo rebanho.
E a Gaga é uma delas. Talvez algo mais porque esvazia a demanada reprimida nos clamores de “me olhem, me sigam, me vigiem, pelo amor de..” a cada tweet/vídeo no youtube pela garotada (tem muita gente grandinha também). É um ponto de referência. Você diz bem, ela aglutina toda a moral/estética do que está acontecendo pois sabe como usar as novas formas de comunicação/relacionamento social muito bem. A Gaga é uma experiência nova de disciplinação, de reunião, de massificação. Mas a pergunta é a dos comentarista anteriores: é ela (concordo, seus “publicitários e estrategistas”) quem redige o guia ou apenas distribui a cartilha? Os caras coseguiram se adaptar ao novo modo de manejar o rebanho, ou o ciclo de vida desse produto, olhem vejam só, superou as expectativas?
Excelente texto, Marcia, parabéns! Acho algumas coisas que você discute aqui muito elucidativas do real valor desses fenômenos midiáticos que surgem como um relâmpago, fazem muito sucesso, ganham muito dinheiro e pouco acrescentam. Considero a Gaga quase como um beslicão para acordar as mulheres mais desinteressadas e que ainda veem, no casamento ou na relação, algo do que se gabarem ou algo do tipo “melhor com do que sem ele”. Aqui onde moro vejo que muitas mulheres pensam que o casamento por conveniência é uma forma de mostrar às outras mulheres que ela seguiu os padrões “normais” da natureza feminina. É como se dissessem “eu consegui meu homem, e você?” Tenho amigas atadas ao que se pode denominar mau romance, só porque ter um homem é o papel social da mulher.
É mesmo algo a refletir.
Abraços!
Além do texto ser muito bem escrito, a análise desta personagem tão comum da nossa sociedade faz perceber que há ainda quem pense no fenômeno que as traz à tona de uma forma tão… violenta. Infelizmente, esses fenômenos são associados a diversão ‘descompromissada’, é exatamente aí que mora o perigo da ignorância diante da formação das “massas”.
Muito bom! Tem que ter lido Indústria Cultural de Adorno e Horkheimer pra entender e vc mostra que é uma fera no assunto
Gostei muito do texto. Lógico que tem uma carga opinativa (Cláudio), e deve ter.
Vale a crítica, lembrando sempre que as coisas que passam inocentemente despercebidas contêm muitos signos e intenções que nem imaginamos. Assim é com tudo, principalmente com os produtos da industria cultural. Não podemos tratar tudo como algo meramente despretensioso, nem a Lady Gaga. Eles não estão preocupados em apenas fazer dançar, tem muito mais atrás disso. Cuidemos para não virarmos massa de manobra.
Demais. Só não entendi muito bem a referencia do pão em “Telephone”.
Abraço Márcia!
A quem serve a lança e não vai lançar, seja por falta de coragem ou de disciplina, pouco importa considerações sobre a ponta, tampouco localizações possíveis dos “inimigos”, muito menos ainda escancarar as causas do mal estar geral.
Só, o ser humano busca o nada e a perfeição e, em coletivo, alcança.
Curioso espelho, dupla face, assentado sobre base da indústria cultural, onde os reflexos contraditórios perfazem exatamente a “cara” do mercado; o capital está aquém da livre escolha das satisfações.
Sejam bem vindas, Ladys e Madonnas, pontas de lança, embora “estrangeiras” e semelhantes aos espelhinhos de Cabral.
Assisti a uma entrevista da Oprah Winfrey com Lady Gaga, e ela, Gaga, falou sobre o que a inspirou a fazer “Paparazzi”. Referiu-se ao fato ocorrido com Lady Diana, a falta de respeito à privacidade de autoridades e celebridades por parte dos paparazzi, que fazem o impossível para flagrá-los em sua vida pessoal e depois vender caro as fotos para os tablóides. Em sua versão, Gaga diz que os paparazzi mercantilizam a vida privada, e por isso ela os odeia e, se pudesse, exterminaria todos eles. Palavras de Lady Gaga.
Brilhante o artigo Marcia. Me fez pensar em aspectos da obra de Gaga que não havia percebido ainda. A cantora é a prova de que, em ciclos em cilos, a industria cultura renova seu proprio mecanismo de funcionamento e nos apresenta alguém cuja sensibilidade artisitica e “antropofagica” da própria função e fama, é um sopro de ar fresco. O resultado é uma confusão a que os mais moralistas e conservadores se debatem, atrelados aquele velho ditado de “pop é ruim” ou “não a levem tão a sério”.
Realmente, não a levem sério. E aguardem o pão envenanado que a Lady Gaga mais proxima te oferecerá muito em breve.
Interessante pensar que ela é ícone especialmente pelo exagero, exatament como no mundo drag, em qu o que manda é esse estereótipo de mulher que esconde uma “pulsão de morte” (a máscara da maquiagem). Outra coisa é que, como o resto do mundo pop, falar sobre problemas crônicos da contemporâneidade como miséria, exploração de pessoas e recursos naturais, está fora de questão em suas letras.
Em tempos em que meninada sonha em ser a mocinha dos filmes/livros “Crepúsculo”, algumas mensagens manjadas de feminismo já é grande coisa.
Mas acho engraçado o pessoal achar ela “bizarra”, “excêntrica”, “original”…Se David Bowie, Grace Jones, Mathew Barney, Alexander McQueen, etc fossem frutas, Lady Gaga seria Tang sabor artificial de tuti-fruti.
Feminismo só se for na glorificação da teoria, é só mais uma performace de um discurso, prefiro o feminismo na pratica que reconhece a mulher pelo seu talento da mesma forma que reconhece dos homens,olha a quantidade de mulheres que aparecem nas listas de “melhores albuns”,”melhores filmes”,”melhores livros”, etc. Gaga não muda nada porque o que faz dela relevante é o discurso em si, e de teoria o mundo ta cheio.
Não acho que ela seja isso tudo, os clipes dela só me transmitem um paradoxo: de que o Pop é vítima de si mesmo. Acho que as referências dela nos são bem conhecidas: Madonna, Tarnatino, David La chapele, Beyoncé, ou até mesmo Oliver Stone, como vc cita, já fizeram tudo isso que a gente está vendo, o que coube à Gaga foi acrescentar o seu pretensioso, exagerado e ridículo mal-gosto com uma pitada de pornô trash ao pop chiclete dançante das Divas viçosas. Tenho medo do que virá depois, se é que alguma coisa superará essa enorme mancha no audio-visual. E se o que ela faz tem a ver com feminismo, eu tenho mais medo ainda, pois sinto que nós mulheres iremos parar no açougue, prontas pro abate à qqer momento.
Bravo!!
a minha ficha realmente caiu e fez aplaudir a inteligencia com que ela lida com o pop, quando ela se apresentou para a rainha elizabeth vestida com trajes elizabetanos.
irônica e inteligente na medida certa.
márcia, você não fica chateada com a quantidade de gente que não entendeu uma linha do que você escreveu? porque eu fiquei!
brilhante análise!
Vivemos em um tempo da busca pelo ousado, pela audiência e fama rápida. Temos tanta informação que não sabemos usa-la, agora se coloque na cadeira de um ser que só quer acordar, ir ao trabalho, tomar sua cerveja, transar e dormir.
A longo prazo não consigo ver nada positivo.
Temos liberdade, temos dinheiro, temos comida, mas retrocedemos. Música boa, comida boa, vida boa, ficaram para uma camada cada vez mais longe da base da pirâmide. Dias de matrix. George Orwell e seu 1984 nunca pareceram tão reais. Seu texto foi um sopro de ar, onde até é possível escolher um lado a tomar, e se isso não é a real liberdade, não sei o que é.
Lady Gaga não é apenas ‘mais uma’ ao meio Pop. Ela é sem dúvida um marco para uma nova geração. Suas musicas, performances, atitude expressam os problemas da atualidade, desde o preconceito com homossexuais até o desejo infinito das pessoas se tornarem famosas.
Assistindo a algumas entrevistas fica muito claro que sua posição é pós-feminista. Defende arduamente a independencia e a quebra de barreiras em qualquer meio.
Ela expressa claramente conceitos que muitas pessoas gostariam de gritar cá ou lá de forma clara e firme. Por isso, arrasta multidoes.
indenpendente de tudo ela tem assim como a maioria do ramo todas sao previamente fabricadas para assim entra na media agora talento isso nao se fabrica e ela ja provou muitas vezes alem de sr uma mulher forte 1 regra conheça e conviva assim sabera como realmente é obs: nao sou fa de lady gaga
OI. VC É UMA FÃ INCOMENSSURÁVEL DELA SEM DÚVIDA… ???? !!!! SUA ANÁLISE É TÃO COMPLEXA COMO VC. BJS…. SOU SUA FÃ….
Concordo quanto com o fato que todo ídolo pop age como o flautista de Hamelin, no entanto, me surpreendeu que além de sua matéria, a Bravo também tenha publicado um artigo sobre a Lady Gaga.
Me parece que não temo saída, onde olhamos, lá está ela. Nem as grandes filósofas ou revistas de maior credibilidade escaparam desta vez.
Uma pena, porque afinal, para todo artista, a máxima “Falem mal, mas falem de mim” ainda é a frase que melhor expressa o que é o marketing hoje em dia.
Gostei do texto. Acredito na ideia de que ela pense profundamente no que expoe, nessas questoes do pos-feminismo. Desde sua primeira musica jah existem tons disso. No refrao que eu acho otimo: I won’t tell you that I love you/Kiss or hug you/’Cause I’m bluffin’ with my muffin… Interpreto como a mulher estando “por cima”, ela esta no controle e pode ateh fingir o orgasmo (bluffin’ with my muffin, eh isso!).
Marcia.. parabens pela escrita.
Abracos
Como voce escreve bem!!!Parabéns!!
Voce espôs a SUA OPINIÃO muito bem!!!
Mas Lady GaGa não é assim, para se escrever um artigo sobre ela precisa realmente onhecÊ-la, me desculpe, mas como “Escritor de um artigo” voce não é muito bom. Pesquise mais. Fica a dica.
Agora, o bom é que Lady GaGa desperta toda essa atenção!! Até quem não gosta, tenta descrevê-la como alguma mercadoria…mas em pequenas partes do texto, percebe-se uma admirição escondida nas entrelinhas. Na verdade, voce curte Lady GaGa, não???
Abraços e mais sucesso na próxima.
Eu não levo a Lady Gaga tão a sério… Mas, gostei bastante da abordagem da Marcia Tiburi sobre pertencer a massa, etc, etc…
Bela Márcia, um belo texto…mas quem é essa Gaga? Prefiro saber de ti aos produtos dessa indústria nefasta. Beijão. Paz e Harmonia.
Cara Marcia,
Achei seu texto pertinente, embora ache que os valores que você atribui à Lady Gaga pertençam mais aos criadores de seus videos. Você não acha a música, em si, pobre, como coisa bem comercial e, portanto, conservadora, não poderia deixar de ser?
Cordialmente,
Felipe
O artigo é excelente. Muito reconfortante saber que esse tipo de visão sobre a Gaga anda a solta. Especialmente no Brasil. Penso exatamente da mesma forma.
Adorei a análise. É ótimo ver como Lady Gaga está subvertendo a ordem de que cantoras pops devem ser sempre gostosas e delicadas. Lady Gaga colocou o “esquisito” acima do sexy/sweet.
É sempre válida a leitura do pop sem ser desprezando-o. Lady GaGa, obviamente, não é mil maravilhas. Contudo, certamente há uma legião que a odeia somente por ser quem é, pelo pop, pelo sucesso. Não é equívoco que suas criações admitam uma boa análise crítica, por que não filosófica. A artista é realmente paradoxal pelo meio que usa, como se buscasse um rompimento ideológico usando todo um mercado, toda uma estética, previamente contrários a ele.
Marcia,
Como sempre surpreende-me e alegra-me muito ver sua opinião nesses tipos de questão, sempre dando suas opiniões incrívelmente bem pensadas e bem elaboradas.
Suas análises quanto as questões que aborda , sempre levo em consideração.
No entanto, devemos considerar o fato de que os artistas por você citados (Daniela Edburg, Paola Rettore, Karine Alexandrino,entre outros) são pessoas que trabalham em um campo muito mais “pensado” por assim dizer do que o de Gaga. Com isso não desprezo a música(afinal há músicas como as de Chico e outros que não vou citar para não me estender, que são tão ou mais veneráveis que qualquer obra de arte), só os estilos como o de Gaga, estilo esse industrializado, mal feito e mal pensado e ouvido em sua grande maioria pelas massas por ti comentadas.
Essas massas não tem cérebro, não pensam (a éguinha pocotó é um exemplo disto) e por isso não são a elas transmitidas músicas com qualquer nível de sub-entendimento ou algum tipo de mensagem subliminar.
Creio eu, diante dos fatos que sei sobre Lady Gaga, que há uma possibilidade dela ter essa intenção, pois tem opiniões sócio-politico-religiosas excepcionais. Entretanto de nada adiantará, pois como eu disse acima, ela é ídolo das massas e essas não pensam elas não entenderão.
Dito isto gostaria de saudá-la e deixar aqui um elogio sobre sua palestra vista por mim no dia 19 de maio no XI Simpósio Sulbrasileiso sobre o ensino de Filosofia.
Carinhosamente,
Rodrigo
Belo texto Marcia, escreves muito bem! fico me perguntando se algumas pessoas que comentaram aqui realmente leram seu texto ou se, simplismente, não sabem manter o pé na criticidade?
Abraço,
Joyce
eu acho engraçado que essas coisas, esses conceitos vêm tão fácilmente pra nós artistas é sempre tão óbvio, tão tranquilo. mais fáci até pra quem realmente pensa nesses conceitos, definições e trabalha na área de humanas. É tudo simples e tá ali, estampado. foi o que foi feito, e vocês, pessoas que documentam as coisas, complicam pra caralho na hora de dizer, fica parecendo que tá ali a lady gaga fazendo o som dela (com a equipe dela) e você tá aqui com esse escrito dirigido a um monte de gente com cabrestos enormes de preconceito (à cultura pop, etc), sem vida e dizendo a eles “olha aquilo ali pode ser massa galerinha !!! olha só aquilo ali pode significar alguma!! cabe a nós analizar isso levantem vamos trabalhar” o que eu quero dizer é que é tudo muito óbvio. Lady Gaga não é cult, Karine não é cult, nem a paola. ninguém precisa disso, é tudo muito pop, por impulso e por besteira
Boa a analise videoclipitica, mas devo alerta-lá que “industria de massa”, “internete” e 0lady gaga” em uma mesma frase tornam tudo sem sentido. É umconceito antigo, xoxo, incabível em uma analise atual.
Adorei a ánalise,reforçou muito do que eu já tinha observado e abriu meus olhos pra muitas outras coisas! Vou rever os vídeos bem mais atenta!
Beijos!
Não gostei do texto, achei a linguagem cansativa, não acessível, cheia de rodeios e conflitante…
O assunto, por mais batido que seja, até me chamou a atenção mas no final se tornou uma leitura chata.
Diante da declaração da autora receio que alguns valores “expostos” no ícone atual “Lady Gaga”, mais especificamente em seus vídeoclipes, passou despercebido uma grande ferramenta que torna-se determinante na construção da imagem de Gaga. Os vídeos de Gaga tem sentido irônico como a autora salientou, porém não somente no sentido feminista vanguardista, exergo que a irônia de Gaga extrapola de forma proposital a busca do mercado para criar um ícone. A idéia de criação de um ícone moderno ficou evidente no final dos anos 90 até a 2008 quando Gaga apareceu. Havia uma idéia fixa para lançamento de um ícone feminino que queria ou não compila a o movimento Pop bem mellhor que um ícone feminino, com exceção de Michael Jackson. Por outrora a exposição desse feminismo seria uma garantia de fascinação para mulheres mais consumidoras que o homem, e também atingiriam um público ligado na cultura pop e que ingressou de forma considerável na última década OS GAYS. Com isso a busca de Bad girls, garotas problemas foi jogado ao público aos baldes. A mulher que seguia uma linha conservadora como uma virgem cresce estabelece dependência e maturidade, e explorando sempre a sensualidade. Esse tipo de ícone foi mostrado por muitas artistas como Britney, Aguileira, Lindsay, Paris entre outras… Sabe então que a imagem mostrada não passava de performers e que o público mesmo acompanhando alguns sucessos dedicou-se a entender que a imagem muitas vezes enganadora estava de certa forma saturada. Eis então que apareceu Gaga com um intuíto de agregar valores artísticos e irônizando esse tipo de ícone pop. Ela faz uma releitura da art Pop, com simbologias e nuances que vão de Andy Warhol à Lichtenstein. Como se quisesse expor em seus vídeos aulas sobre arte e pop arte. Sabe-se que Gaga estudou artes plásticas e queria expor seus conhecimentos em seu trabalho musical. Digo que Lady Gaga é um ícone que construíu uma evolução da Pop Art e que será o marco do mundo fonográfico. Imagem e Som como a proposta da Pop Art, mas agora com a ferramenta real time, digital, 3D. Municiada disso aplica de forma veemente um estilo totalmente diferente das aspirantes a ícone pois ela congela o tempo e busca referências no leito musical e e recria um novo e que acredita ser o correto ícone atual. A mulher vista de forma andrógina, independente e que vê o lesbianismo uma forma de apagar um mau romance com um homem.
Muito bom o texto. Lady Gaga nunca escondeu que seu objetivo é ser comercial, e ao mesmo tempo consegue ser autêntica. Ela consegue expor suas ideais de uma forma comercial e artística, e mesmo para quem não consegue entender as mensagens contidas em suas obras vê nisso tudo entretenimento.
Pra mim ela não passa de um entretenimento para a grande massa pop, onde o que interessa é imagem e de imagem ela entende é artista plástica. A música dela é como a da maioria das artistas pops do USA, música dançante com refrão pegajoso.
Não gosto de Lady Gaga mas reconheço seu exforço em vender seu produto: Escapismo! O qual é consumido com um verocidade muito grande em um mundo no qual fugimos da vida naturalmente! Bem ela esta rica e o público satisfeito.
Muito bem escrito o artigo. Particularmente, sou uma fã inscontestável da Lady Gaga, mas não li o artigo com um olhar de fã, e sim com um olhar jornalístico – estudo jornalismo – sobre o pop na indústria cultural. Uma ótima análise. Creio que alguns comentários sejam reflexo do que foi até mesmo citado no texto: conservadorismo. Walter Benjamin tinha razão!
Vc conseguiu captar toda a essência da artista e da obra! Como sempre brilhante Márcia! Te admiro muito!
Na boa…..industria de massa é isso: todos querem ver Lady Gaga, todos querem falar da Lady Gaga e muitos colunistas querem escrever sobre Lady Gaga…..enfim a massa escreve sobre a massa e o pior é que o texto tem tantos rodeios que acaba simplesmente falando dos video clipes da tal da Gaga e tenta dar um sentido pra cada um deles???
ela é chow!!!d+
Muito interessante o conceito produto-obra (vide Apocalípiticos e Integrados – U.Eco), exelente análise da performer Stefania Germanotta, que realmente entrega uma obra embalada num produto, como Andy Warhol.
Cheio de preconceitos, não havia me dado conta ao que representava esta artista, com seus símbolos ocultos, a questão da heroína romântica, me interessa muito, posso utilizá-la em aulas de literatura.
Esse texto seria bom se alguma coisa na Lady Gaga realmente pudesse rebelar massas de mulheres pra fazer alguma coisa. Achei o texto muito ruim, sério.
Texto ruim, muito palavrório pra pagar pau para uma mentira pop como a Lady Gaga. Artigo muito melhor é o do Pedro Aguiar, que pode ser lido aqui:
http://operamundi.uol.com.br/opiniao_ver.php?idConteudo=1146
Gostei muito do texto, e concordo com muita coisa.
A própria Beyonce tem músicas feministas, como “If I was a boy”, por exemplo.
Acho que a cultura pop é um reflexo da sociedade, sendo assim, dá pra ver que algumas melhores estão acontecendo.
Me impressiona nos comentários a arrogância dos leitores, todos são muito letrados e criticam a “massa”; porque “eu” sou o fodão, eu sou o sábio, leio uma revista com um nome bem sugestivo somente para dizer que sou intelectual, e todo o resto do mundo é burro ou não consegue enxergar as coisas que eu, somente eu, consigo.
Francamente pessoal saiam do altar.
Voce é genial, Marcia. Texto maravilhoso, parabéns! (:
Parabéns pelo texto, Márcia. No entanto, queria dizer que concordo em termos como o que disse o Thiago Mastroianni. Sem passar 1) pela relação da Lady Gaga com a pop art e os ícones femininos pop dos anos 90 e 2) pelas implicações do feminino que nela levam à estética decadentista pop, a relação entre o contemporâneo e as grandes linhas da teoria e da estética do final do XIX fica prejudicada.
É justamente com esses detalhes que eu gostaria de contribuir. Lá vai…
Acho que a relação polêmica que a Lady Gaga estabelece com as sex symbol dos anos 90 deve ser compreendida como uma dupla reflexão, no que se inclui aproveitamentos da pop art. Ela reconduz a pop art de volta a seu lugar de origem, não é claro o caldo contracultural dos anos 50, mas seu material de trabalho: a reflexão ready-made sobre as mercadorias e as celebridades. É a vitalidade artística disso que ela captura para o mainstream. O que, aliás, casa muito bem com um tempo em que, na indústria do entretenimento como um todo, vigora a reversão cínica dos gêneros – comédias românticas fatalistas, comédias de humor negro, policiais espiritualistas, filmes de terror que são paródias de si mesmos, etc.
Bom… seguindo a trilha das figuras femininas do pop de que LG é o resultado… Na ponta originária estão as musas do cinema dos tempos áureos da indústria – Rita Hayworth, Marlynn Monroe, etc. No intermédio, Madonna e suas copycats bobinhas e turbinadas dos anos noventa. E no cume, ela, Lady Gaga.
Mas como isso aconteceu? Bem, se a pop art já mostrava que o brilho das musas era como as latas de sopa Campbell, mercadoria imagética desprovida de qualidades substanciais, Madonna (cuja aparência no começo remetia diretamente à de MM) é a realização dessa constatação. Nela subsiste uma afirmação polêmica da feminilidade contemporânea, envolvida em uma embalagem protéica cujas metamorfoses só se mostram hoje limitadas porque surgiu a Lady Gaga. Prova disso é que ela não precisou se prender apenas ao estereótipo da material girl, atravessando muitas fases do pop e encarnando cada uma delas – a punk-aguado dos anos 80; a sado-heroin-chic dos 90; a turbinada dos anos 90; a espiritualista da virada do século e até a cowgirl na época do Bush. As copycats subsequentes vão levar adiante apenas a turbinada dos anos 90. A sado-90 foi parar na ala “alternativa” do rock – Placebo, Marlynn Manson (cujo nome já pressupõe a relação estreita entre a musa e o assassino em série dos anos 60), etc.
Pois bem. Acontece que a crítica desdobrada da Lady Gaga, ou melhor, como vc falou, a ironia da ironia dos ideais de feminismo que o está no cerne de seu trabalho, não pode ser tomada em abstrato. Ela tem lastro numa saturação da imagem da sex symbol que funde, de um lado, a popuzuda malhada e turbinada dos anos 90; de outro, as figuras afeminadas (não necessariamente femininas, pois algumas delas são homens) que giram em torno da cultura heroin-chic, gótica, decadentista que começa nos anos 80 e se perpetua a partir dos anos 90 no terreno da cultura “alternativa”.
Como ela consegue fazer esse curto-circuito? Bom, fazendo com que se comuniquem os dois aspectos afirmativos dessas figuras, a afirmação perversa da vida na morte, típica da estridente e morosa revolta depressiva dos alternativos, e a virilidade saudável das mulheres turbina.
Desdobramentos… Se a Madonna já afirmava uma feminilidade polêmica, belicosa, negativa em relação ao masculino, e também multiforme, aberta para as formas da imagem-mercadoria, a Lady Gaga vai descobrir o segredo que ela apenas tangenciou na fase sado do “Erótika”: o fato de que esse pólo de comunicação entre o mainstream e os baixios do pop implica também o embaralhamento das referências de gênero, o que atenta contra a própria ideia de fundo que, na Madonna, era seu motor “vital” – a imagem de feminilidade.
Talvez por isso é que ela foi capaz de catalisar justamente o público que sempre se ancorou nessas imagens extremas e artificiosas de feminilidade: o público gay mais idealista. Um público que se interessa por ela muito mais do que o feminino, justamente porque não vive (e nem poderia viver) na pele as dificuldades de se afirmar mulher.
(As mulheres podem até se empolgar, mas dificilmente se satisfarão com a ideia de que o assassinato do masculino seja a chave secreta para se apossar de si mesma. Não. Essa ideia é muito mais atraente para os homens que, para se subjetivar, têm que negar sua masculinidade até o limite em que ela se inverta, ou seja, têm que “matar” o homem dentro de si).
No limite dessa perspectiva, como disse o Thiago, o seu apelo verdadeiro nutre-se, isso sim, portanto, da androginia, que, na cultura pop vem fazendo história desde o movimento glam rock e naquela ala “alternativa” que mencionei.
Pois bem. Essa posição dela em relação ao arsenal feminista da cultura pop conduz quase que necessariamente à estética da morbidez. Não só pelo fato da desvitalização – subproduto do romantismo decadentista do XIX, como vc bem disse – ser cultivado na ala “alternativa”. Mas sim porque a demanda por gozo infinito, passando por cima das distinções de gênero, sempre teve a ver com o limite entre pulsão de vida e pulsão de morte. A eliminação das distinções de gênero ou o extremo embaralhamento de suas referências no contexto de uma proliferação reflexiva tão intensa das imagens pop que servem de modelo para a subjetivação, leva ao corte com o mínimo substrato natural/biológico, cujas distinções são limites reais, necessários, demandando a cada um de nós escolhas reais. Como é impossível viver além dessas coordenadas culturais, o ideal de prazer que corresponde a essa atitude está consequentemente descolado do polo positivo do amor e do sexo (um polo que guarda um mínino nexo com a reprodução): entronca-se no negativo do amor patriarcal, que nele sempre esteve latente – o sadomasoquismo, a perversão, a inversão sexual, o gosto com o desprazer de si e de outrem. As distinções reprimidas voltam como prazer sublimado (ou seja, contemplativo) pela evidência de que tudo o que é vivo morre e nisso está a liberdade e a forma negativa de afirmação da vida. O que é sexualizado não é a escolha sexual e sim a impossibilidade de acomodação subjetiva do gênero e a relativa liberdade que disso advém, que, convenhamos, mediante as consideráveis dificuldades de se satisfazer em relações reais, deriva direto para a mercadoria e os lifestyles.
Mais uma vez, não tem necessidade de abstrair aqui, mesmo que seja pela via psicanalítica. Todo o recente filão de seriados e filmes que se sustentam no hiperrealismo da morte descobriu isso e explora uma sensibilidade correlata. Se você já viu CSI, House, e os últimos filmes nacionais e internacionais que se comprazem com fraturas expostas, cadáveres decompostos, e toda a pletora de maldades que o mundo engendra, sabe do que eu estou falando. São programas de uma época em que a possibilidade de afirmação viril (que pressupõe coordenadas socioeconômicas do pré-guerra, isto é, a primazia da vida pública nas mãos do homem) é tão difícil, que os ideais de vitalidade que lhe eram peculiares (que ao homem, guerreiro, acumulador capitalista, reprodutor, etc, sempre estiveram ligados) perdem força. Vence a morbidez, a sensibilidade aguçada quase doentia e sem lastro real, puro sem-limite das imagens, que é como que a sagração pública da imaginação doentia das “mulheres reprimidas do XIX”, ironicamente, já descaracterizadas como mulheres, tranformando-se, ora na sex symbol, ora na pin up, ora na lésbica, ora no robô, ora no cadáver, etc.
No XIX o alcance desse limite deu luz ao feminismo, à poesia moderna, ao cinema, às grandes lutas políticas, etc. No século XXI, cospe malemal uma Lady Gaga que amanhã certamente será esquecida…
Cada tempo tem os ideais que merece. Pior pras pessoas que vivem nele; todos nós, inclusive…
A melhor e mais exata avaliação sobre o trabalho e conceitos de Lady GaGa que já li!
Outra coisa…
Gostar ou não gostar de Lady Gaga torna-se irrelevante diante dos conceitos dela (ou conceitos utilizados por ela) para quem pode e consegue enxergá-los.
O que vejo aqui é uma ignorância proposital sobre Lady Gaga por parte de alguns pseudo-intelectuais (a maioria deles curiosamente são do sexo masculino, rs), pois se conhecessem de fato como surgiu o fenômeno Lady GaGa não poderiam mais apontá-la indiscriminadamente como mais um subproduto cultural sem revelar suas motivações reais para tamanha rejeição…
O que os mesmos desconhecem (“desconhecem” propositalmente, repito) é que Lady GaGa tem formação acadêmica em artes, que foi admitida numa das escolas de arte mais conceituadas e concorridas do mundo aos 17 anos de idade (a Escola de Artes da Universidade de Nova Iorque, inclusive existem vídeos de sua época de estudante onde ela revela ser excelente instrumentista e cantora), e que, na universidade, GaGa não só se aperfeçoou em música como também em história da arte e seus aspectos sócio-culturais.
Peço desculpas pela quase biografia da artista que acabei descrevendo, mas é só para frisar pra alguns desinformados que essa “conversinha fiada” de pseudo intelectual chato não tem o menor fundamento; como qualquer um mais bem informado pode perceber, Lady GaGa não “caiu de pára-quedas” na indústria musical, não foi inventada por nenhuma gravadora e tem bagagem cultural e intelectual suficiente para ser a idealizadora dos conceitos mostrados seus vídeos e apresentações que foram tão bem destrinchados pela Márcia nesse artigo.
Gostar ou não do trabalho de Lady GaGa é irrelevante, mas tanta ignorância sobre algo ou alguém a quem se critica tão ferozmente como alguns “baluartes das artes e da cultura” vem fazendo não passa de preconceito, e preconceito dos mais estúpidos.
Maravilhoso. Queria ler mais coisas assim. A Márcia, como em várias outras vezes, está de parabéns.
Vou mais além, me parece que Lady Gaga é uma personagem de Machado de Assis. Sabe como a sociedade, as pessoas e seus valores funcionam e joga com eles para conseguir o que quer.
Gaga é hoje a melhor e mais sutil crítica do pop e da cultura de massa. A própria música e clip de Papparazzi mostram bem isso. A crítica já começa com o nome de seu CD The Fame Moster.
Basicamente, ela usa do próprio pop para criticá-lo. Gaga consegue fazer o que poucos conseguiram: receber aplausos dos alvos de suas críticas, na maioria das vezes desapercebidos de que foram impiedosamente criticados.
E parabéns à Adriana Leal que não se contenta com o que escuta e procura saber antes de falar.
Lady Gaga definitivamente veio para mudar o cenário musical. Mostrou que é possível ser comercial e extremamente inteligente mesmo quando se faz músicas de refrões pegajosos, como falam alguns. Consigo enxergar em sua música loucura, beleza e uma liberdade de forma jamais vista. Ela consegue se dividir em várias mulheres (assim como nós) e fala abertamente sobre sexualidade, romances ruins e possessivos, que gosta de dinheiro e de fama. Vida longa à nova diva pop!
Vou reiterar algumas opniões já exaradas nos comentários: o assunto trabalhado no texto é muito interessante, mas a forma de escrever escolhida torna a leitura truncada. Parece até que para um texto ser tachado como um sério, é preciso recorrer a esse tipo de escrita.
E sobre a faceta feminista da obra da Lady Gaga, acredito que demostre um novo momento não apenas dessa performer, mas das mulheres como um todo. Elas se identificam com as letras e com os videoclipes da Lady Gaga porque buscam viver em suas vidas uma maior liberação de antigos paradigmas.
Bom, realmente o texto é maçante, cheio de lero lero, cansativo, ainda mais para internet, e chato. Mas admiro a análise profunda que foi feita…e eu me pergunto se todos pensaram tudo isso na hora de desenvolver os vídeos, músicas e tals ou só a Márcia.
Amei!!
Sem palavras!
Espero que sim. Já é tempo dessas ‘restrições’ caírem definitivamente no tempo pretérito, principalmente no discurso popular, nas massas. Resta torcer para que esse elemento seja a própria matéria da autocrítica do indivíduo enquanto massa e sua repercussão na vida privada enquanto espaço de manifestação individual de valores.
Penso na irresponsabilização do gozo, além da proclamação deste.
Muito bom o texto, porém acredito que a Lady das massas não busca a reflexão, mas, como você disse, a dessubjetivação.
Acredito que o elemento sensual da Lady Gaga é usado de uma maneira mais forte em sua formação estética. Diferentemente de uma outra cantora que possuí uma influência notadamente feminista em quase todos seus vídeos, a Pink se mostra compreensível apenas para parte da Europa, e se estranha com os EUA. O uso da sensualidade por Gaga, consegue unir pensamento feminista e estética pop. Apoio a legião de massa feminista.
e podemos ver seu feminismo na cançao “Dance in the dark”, qnd ela fala em Marilyn Monroe,Judy,Sylvia e Lady Diana. Axo q ainda não conhecemos a profundidade da obra de Gaga, qnd muitos falsos intelectuais escrevem sobre Gaga, sem saber nada sobre art e sobre a história da cultura Pop. vlw Marcia!
Essa coisa híbrida e desconexa é apenas uma repaginação mal feita do que a Artista Cyndi Lauper já fez e bem a muitos anos, e essa geração vaga e oca de Emos e Restarts ficam se contorcendo de orgasmos fúnebres!
Neste texto, a Márcia nós oferece uma análise não só crítica, mas que vai ao âmago da cultura atual, que alguns chamam de pós-moderna, mas que na verdade é uma grande crise , primeiro, do Capital e dos valores velhos do Ocidente.
Belo texto. Eu diria que é um análise detalhado e generoso diante do showzinho-viusal de Gaga que nunca foi mais que Pastiche.Seguramente seu maior crime.
uma perguntinha: quem é lady gaga?
O que posso dizer? Eu já amava Lady Gaga e Márcia Tiburi. Agora então, as amo mais ainda!!!
eu adoro a lady gaga esse povo não tem o q fazer por isso a inveja é a razão do sucesso dela morram todos q a odeam pois eu amo ela ……. LADY GAGA EU TE AMO……….
notícia boba, mas… o clipe Telephone é continuação do clipe Papparazzi…
Naturalmente, há aí uma opinião seguindo um caminho hermenêutico, porém se se avaliar o “fenômeno Lady Gaga” em um contexto muito mais abrangente que o feito, verificar-se-á algo mais que “clipes pós-feministas”.
eu acho que o ideal feminista é apenas termos igualdade entre gêneros, não essa coisa estúpida de dominação masculina, feminismo não é sexismo! ela não esta nem um pouco preocupada com os ideais feministas, ela só quer vender. ela mesma se faz objeto masculino, expondo seu corpo de maneira exagerada, como todas as outras cantoras pop.
achei o texto muito cansativo!
Excelente artigo!
Há muito tempo existe a “arte-encomenda”. Inúmeras obras desde a antiguidade foram erguidas, pintadas ou esculpidas a pedido de reis, grandes mecenas, senhores feudais, enfim, de pessoas que admiravam arte, mas que a encomendavam como símbolo de poder para apreciação pública. Os mecenas, na idade antiga na idade média, servem de exemplo. Visto por este ponto temos obras-produto milenares.
Com avanço tecnológico e globalização, nada mais normal assistir à Indústria Cultural – ao meu ver, os mecenas do século XXI – contratando e produzindo artistas, encantando o público, lucrando e ditando regras e costumes, exercendo poder.
O cinismo é a onda que o pessoal tem apontado já faz um tempo. Este mundo é cínico mesmo e isto é muito ruim, não é legal – sacou?
O clipe “Bad romance” é sim apologia ao sadismo, ao lesbianismo e tudo mais que ela representa. Ela mostra o amor tradicional entre um homem e uma mulher como algo sempre ruim e doentio. Bad romance encarna bem esta visão. É uma mulher que é submissa, deseja ser submissa, e se torna escrava de um senhor. O episódio das mulheres saindo do caixão todas de branco, sem poderem ver fazem clara referência a mumificação (prática sádica onde a mulher é envolvida em faixas, e algumas vezes presa em um caixão), a própria forma como as dançarinas se mexem parecem fazer menção a múmias. O dominador exibe para seus “amigos” sua escrava. O ápice deste romance é uma mulher que perde a identidade, vira como você diz um robô e que termina por matar o próprio homem que ela desejava. Todo o clipe é doentio, ela não rompe nem traz nada de novo ao feminismo. Discordo completamente quando afirma isso. Sua intenção é o contrário, é propagar o sado-masoquismo, o lesbianismo (como forma de libertação), o sexo grupal e sem qualquer tipo de sentimento. E ter os jovens e adolescentes repetindo de forma hipnótica o refrão da música “I want your bad, your bad romance”, sem nem saber o que significa.
Esta música representa a associação mais crua possível da dor e do prazer. Ao ponto do prazer gerar a morte. Lady Gaga, o próprio nome artístico já é uma alusão a este tipo de prática. Ela não critica este tipo de comportamento, ela encarna e reforça, por suas roupas, por suas músicas, por seu jeito. Lady Gaga é a personificação de tudo que deveria ser desprezado e não divulgado. Fico realmente triste que uma revista deste porte, não consiga enxergar o óbvio.
Alguém criticou, mas acho perfeitamente válido e a análise feita sobre esse “ídolo pop” e sobre todas as mensagens que ele traz. Muitos de nós consomem tudo isso por osmose (eu não ligo o rádio pra ouvir Lady Gaga), no entanto conheço boa parte do que ela faz. Então, o texto trouxe para mim outras dimensões (muito mais interessantes) do que ouço no rádio.
E porque não apresentar essa dimensões?? Talvez, eu nunca fosse tê-las…
Belo texto! Conceitualmente riquissímo, entretanto como é pertinente ao fenômeno da massificação – a grande maioria que a consome sequer extrapola estas construções imagéticas dos vídeoclipes de LG e tão pouco se atentam para representação pós-feministas conforme a autora sugere, apenas entorpecem-se…
vocês marxistas falam demais. a psicanalise morreu afogada na sua falta de provas e no subjetivismo, tá mais para ficcão, só complica as coisas. Analisem pela evidência, parem de procurar cabelo em ovo.
Vejo essa estética feminista que sempre exalta a independência entre os sexos. Mas vejo que, como acontece com os homens no seu movimento análogo, as pessoas em geral não querem mais se aproximar umas das outras. Querem distância, na medida em que o atrito do contato causa o desgaste que hoje se pode evitar como que “mudando de canal”. Estamos cada vez mais serres consumíveis e descartáveis. Parece que todo o romance é mau, tudo é violência e abuso, sem limites para a malícia e a ficção que se possa elaborar. Eu como homem, heterossexual, vejo pouco ou nenhum espaço na sociedade para uma convivência menos neurótica e mais agradável. Gostaria de viver sem essa tirania da culpa, do “você é mau e perverso o tempo todo”.
André concordo contigo. Acho que este tipo de coisa o sexo pelo sexo, o prazer pelo prazer algo que simplesmente não satisfaz e querem nos empurrar goela abaixo como se tudo isso fosse bom. O ser humano não é uma ilha, mas querem nos fazer acreditar que somos, que podemos nos relacionar como animais só para o prazer físico e não estabelecer nenhum tipo de vinculo. Ora o que clipes como “bad romance” estimula além da infidável luta entre homens e mulheres e ainda mais acirrando a rivalidade, também o grotesco, o sádico, o prazer ligado a decadência, a morte, a mumificação, a manipulação.
Somente numa sociedade cada vez mais decadente e cada vez mais sem escrúpulos sem valores morais este tipo de “arte” poderia fazer sucesso. Ora nem todas as mulheres são lésbicas e acham que os homens são miseráveis que merecem morrer (como no clipe bad romance). As decepções amorosas dela são dela, não de todas as mulheres. Ela definitivamente não fala em meu nome. Ela quer representar o público gay, mas ofende os homens (achando-os de dominadores, ditadores, dignos de morte). Entendo que o público masculino se sinta ofendido e reclame, ora eu também reclamaria. Nem todas as mulheres passaram nas mãos de um homem perverso. Aliás se fosse quantificar, na verdade o número de mulheres que passaram nas mãos de homens perversos e praticamente o mesmo que o número de homens que passaram nas mãos de uma mulher pervesa. E juntando ambos, proporcionalmente talvez ainda fosse inferior aos número de gays que passaram nas mãos de um gay que fosse perverso.
Eu concordo com os comentários acima, acho que nem todo romance é um “bad romance”… mas, por outro lado, Lady Gaga parece estar fazendo uma representação específica sobre a sociedade contemporânea, é uma interpretação particular que ela, como artista, tem direito e liberdade de fazer. Isso nao quer dizer que ela esteja falando em nome de todas as mulheres ou que todos os homens tenham características estáticas no tempo. Acho o trabalho dela bem interessante. Apesar de nem sempre concordar com a sociedade contemporânea, acho que Gaga a problematiza mto bem!
Patricia Arantes: “E juntando ambos, proporcionalmente talvez ainda fosse inferior aos número de gays que passaram nas mãos de um gay que fosse perverso.”
Quem garante?
Gostaria de deixar o meu depoimento, pq eu penso ser uma das poucas pessoas que não viram os videoclipes de Lady Gaga, embora conheça as músicas. Ainda que não tenha visto, concordo com a autora do artigo que aponta uma questão crucial para pensarmos as relações na contemporaneidade. Há uma prevalência do imperativo superegóico, que nos ordena gozar a qualquer preço. Cada um de nós está submetido a seu modo a esse imperativo. Parece, ainda que inconscientemente, que Lady Gaga nos leva com seus clipes a navegar nessa máxima perversa, onde tudo é exposto de forma crua, como o vestido de carne que usou para receber vários prêmios ganhados no Grammy. Acredito que os colegas que fizeram seus comentários possam tentar circunscrever as palavras da autora do texto como mais uma possibilidade para pensar o nosso mundo em que a perversão dá a tônica das relações entre as pessoas.
É um pós-feminismo sem historicidade, Gaga “problematiza” as relações afetivas da sociedade burguesa, para a qual não apresenta nenhuma superação. Não há nada de pós na mercadoria vendida por Gaga.
A jovem mulher (Gaga) tem sua força de trabalho explorada, fato que ocorre com milhões de mulheres-trabalhadoras que são diariamente exploradas por essa sociedade do capital, dos homens, ricos, brancos, heterossexuais.
Acho que o prefixo “pós” não quer dizer que há superação de algo anterior. Assim como vários autores encaram a pós-modernidade não como um avanço em relação à modernidade. O pós-feminismo que a autora do artigo elenca a meu ver seria como uma saída para não ficarmos presos/as nessa lógica moderna (Homem X Mulher). Esse pós-feminismo seria uma forma de proliferar as mais diversas paródias em relação ao sexo/gênero/sujeito/desejo, o que resultaria em corpos dinâmicos e instáveis, que seriam o produto de uma fantasia – entendida por Judith Butler (uma das atuais autoras sobre feminismo) como liberdade. Penso eu, ser isso que ela enfatizou nas performances de Lady Gaga.
Patricia a própria Lady Gaga disse em uma entrevista não ser adepta ao sexo casual e o fato da cantora simbolizar o homem como opressor não significa necessariamente que todos os homens são cruéis e merecem final trágico, é algo emblemático, simbólico, é algo particular, individual, se você Patrícia é feliz com seu homem, não anula outras milhares que não o são, como minha mãe que foi deixada pelo meu pai, e cuidou de mim sozinha, conheço outras zilhões de histórias em que o homem é grande vilão da dita perfeição familiar levantada pelas amélias! Se Cyndi Lauper gritava nos anos 80 “mulheres querem apenas se divertir”, continue Lady Gaga gritando a favor dos gays e das mulheres, porque ainda em pleno século XXI, sofrem com preconceitos arcaicos.
Sobre os comentários preconceituosos feitas e especialmente a um:
É incrível como a moralização é sempre o primeiro passo pra se acabar com qualquer julgamento crítico. Mas, pior que isso, é a pena que eu sinto das pessoas que, sendo mais velhas, não entendem as linguagens novas e midiáticas. Interpretam – tão mal quanto o fizeram com a Bíblia – literalmente os conteúdos.
O primeiro passo é duvidar: é assim que um Deus nasceu na civilização, na dúvida da potência humana. E agora essa potência vira imposição de opinião em nome desse mesmo Deus. O mundo é irônico. Ou eu prefiro ver assim para não sucumbir ao absurdo. As pessoas esqueceram de duvidar.
Eu creio que ela não esteja fazendo nada de novo, que já não tenham feito no passado, como David Bowie e a própria Madonna…
Não vejo nada de revolução em lady gaga, além de superficialidade.
Realmente a força das imagens e toda subjetividade observada nos vídeos que para muitos são simples clipes impressionam, mas não vejo em nenhum momento Lady Gaga rompendo paradigmas ou inovando, pelo lado musical observamos o mesmo pop marginalizado de sempre, vamos dançar uma música da lady gaga? Vamos, são ótimas para dançar, mas não passa disso. Ela não expressa em sua vida ou em suas músicas o estilo que adotou, ou adotaram, para expor, ela é o exemplo do poder do dinheiro, do poder de uma mídia, da necessidade de um rosto para dizer pelas entrelinhas o que não se pode falar diretamente. No meu ponto de vista apenas o tempo irá dizer o que sobra de Lady Gaga para ser admirado. Vale lembrar que se formos não muito longe, nós temos exemplos como Grace Jones que transpira inovação é já está mergulhada no pop arte há décadas.
Ha dois aspectos da critica de Tiburi-as massas e o desejo- que, usando as palavras de Adorno, sao duas metades que nao se somam. Na perfomance de Gaga o que e’ produzido como mercadoria nao e’ o desejo, mas a possibilidade de objetivacao e apropriacao da massa por si mesma. Gaga aparece como excedente desejo, a fantasia das massas de se autoproduzir ‘a medida em que consome coisas (como Lady Gaga) — como se os seguidores, por seguirem-no, e’ que dessem vida ao flautista de Hamelin, e portanto a si mesmo como seguidores. So’ consumindo o que ela mesma objetifica e’ que as massas sao redimidas ‘a condicao de Sujeito, logo o cinismo de Gaga e’ justamente que a massa-mercadoria confunda como gozo o seu proprio fetichismo. Resta ‘a massa silenciosa de mulheres cantar com Gaga nao a rebeldia, mas seu proprio requiem. E por um preco que pra feministas -ao contrario de Benjamin e Tiburi- sai muito mais caro do que o que promete.
LADY GAGA é o “luto da arte”!!!!!!!!!!!!!!!
Patrícia Arantes está brincando, não é? Não é possível que alguém consiga escrever um comentário com tantos lugares-comuns e preconceitos juntos.
Vamos aos poucos:
“Somente numa sociedade cada vez mais decadente e cada vez mais sem escrúpulos sem valores morais este tipo de “arte” poderia fazer sucesso. Ora nem todas as mulheres são lésbicas e acham que os homens são miseráveis que merecem morrer (como no clipe bad romance).”
Quais seriam esses valores morais e escrúpulos, os seus?
Talvez os valores morais que você menciona sejam os mesmos que acham que “na verdade o número de mulheres que passaram nas mãos de homens perversos e praticamente o mesmo que o número de homens que passaram nas mãos de uma mulher pervesa.”. Gostaria de lembrar-lhe, Patrícia, que mulheres heteros são estupradas por homens. Lésbicas são estupradas por homens (o famoso estupro corretivo). Homens gays são estuprados por homens.
Qual o fator comum aí? Os estupradores são todos HOMENS.
Como que autoridade você diz que a quantidade de mulheres com homens perversos é a mesma de homens com mulheres perversas. Quantos homens já foram estuprados no mundo? Você sabe algo disso? Ela não ofende nenhum homem. Ela apresenta uma realidade. HOMENS são os responsáveis pela violência sexista. Em uma música, clipe ou sei lá o que que fale sobre isso, ainda que indiretamente, você quer que os homens sejam retratados exatamente como?
Ou será que pra você o ideal seria ter um aviso dizendo “olha gente, sabemos que não são todos os homens que estupram mulheres por aí, ok?”
As decepções amorosas dela são dela, não de todas as mulheres. Ela definitivamente não fala em meu nome.
As decepções amorosas dela representam as decepções de muitas mulheres, é algo geral. Se ela não fala em seu nome, ótimo. Então você das duas uma: ou tem uma vida perfeita (e vive numa bolha, claro), ou é muito cega.
“Ela quer representar o público gay, mas ofende os homens (achando-os de dominadores, ditadores, dignos de morte).”
Ela não “ofende” os homens. Ela mostra uma realidade. Homem que se sente ofendido é homem que precisa se afirmar, mostrar que não é violento. Se um homem não é violento, não bate em mulher e nem nada, não há porque ele se sentir incomodado com os clipes da Lady Gaga. Se a carapuça serviu, então….?
“Entendo que o público masculino se sinta ofendido e reclame, ora eu também reclamaria. Nem todas as mulheres passaram nas mãos de um homem perverso.”
Nem todas, mas muitas passaram. Só porque você não viveu isso, não quer dizer que não exista violência doméstica, violência no trabalho etc.
Pode ser que eu seja mesmo muito ignorante ou pode ser que eu seja uma simples expectadora que tem a ingenuidade e ousadia de gritar que “o rei está pelado”. Acontece que eu simplesmente não consigo ver a roupa toda que vc descreveu, Marcia! Para mim, Lady Gaga é tão vazia quanto a roupa do rei, que só vê quem faz um enorme esforço imaginativo. Sim, ela choca. Assim como um rei desfilando pelado. A diferença é que Lady Gaga está mais para quem teceu a roupa do que para um ingênuo rei exposto e vulnerável. Acho que o rei somos nós, tentando ver arte e sentido num mundo que foi posto à venda.
Acho que aqui está se discutindo o nada… Realmente é necessário se fazer um esforço hercúleo de imaginação para se descobrir algum conteúdo nesta personagem. Imagino todo o esforço desprendido pela autora para escrever o texto acima, tarefa ingrata…
Concordo com Ana Freud, acima, que foi muito feliz em seu comentário.
George Schildth, dizer que aqui está sendo discutido o nada é um gigantesco absurdo (se é que o absurdo possa ser mensurado) Curioso o fato de você concordar com Ana Freud (que crê ser ingênua e ousada ao mesmo tempo. Difícil de entendê-la com seu “esforço imaginativo” e com seu desfile de roupas) Então, se você concorda é porque tem algo formulado que existe e se parece com o dela. Absurdo é ignorar o real e se deixar levar junto com a grande massa zumbi (que não interage) criada sobretudo pelo grande espetáculo que confunde o real da ilusão.
Não creio que Márcia realizou em esforço “hercúleo” para enxergar ao invés de ver. Acho muito generoso de sua parte dividir algo tão importante conosco.
Quem sabe as “marionetes” um dia consigam se desprender das cordas e não fiquem tão assustadas ao descobrirem que podem se conduzir sozinhas e sem a “pulseirinha do equilíbrio”.
Abraços!
Ora, estou lendo aqui nos comentários diversas generalizações absurdas. A partir de poucos casos, de poucas idéias, de poucos fatos, procura-se definir o que é e o que não é. Lady Gaga é uma artista – enquanto artista ela representa apenas o que ela é, mesmo que isso coincida com o que muitos acreditam, ela é o manifesto dela mesma. Só é possível defini-la enquanto uma personagem ocidental capitalista e midiática, ou seja, Lady Gaga é feita e, se ela é feita, ela não pode ser exatamente uma realidade, muito menos pode representá-la. Ela veio da cabeça de alguém. De uma opinião de alguém sobre alguma coisa.
A saber, se alguns homens estrupam, eles devem ser devidamente punidos e a sociedade tem punido quem comete tal comportamento. O homem que estrupa possui um desvio patológico na sociedade e deve ser encarado como tal – um desvio. Não podemos misturar no mesmo caldeirão social os estrupadores, os pedófilos, os homicidas e os homens normais simplesmente pelo fato comum de serem “do sexo masculino”. A causa do “bad romance” não está aí. Para mim, a causa é bilateral: os homens e as mulheres de conduta sadia atuais (os que não ferem nenhum direito alheio por intenção e procuram viver comunitariamente) tendem a querer as mesmas coisas, por uma questão de contemporaneidade capitalista. Em algum momento, esse querer se choca com a questão dos gêneros do passado. Esse choque cada um dá a sua impressão como bem entende. Há mulheres ressentidas com a pressão que algumas sofreram no passado; há homens ressentidos com a pressão que alguns sofrem atualmente; há quem não se defina nesta questão; há homossexuais do sexo masculino que defendem as mulheres ressentidas, e há os que defendam os homens oprimidos; há gente de toda forma neste mundo e a simples definição de tudo isso como “massa” me incomoda muito. O Brasil tem aprox. 190 milhões de habitantes e um show com 200 mil pessoas (0,1% do total) é considerado massa? Eu iria no show dela mesmo discordando de tudo o que ela sabe, diz, entende. Ela é um show – algo pra se ver e só.
Lady Gaga deu a opinião dela, deve ser respeitada. Toda opinião deve ser respeitada. E isto não é uma opinião.
As pessoas que trabalham no meio artístico sabem que tudo que ela faz não passa de puro marketing.
Se ela realmente tivesse todo esse talento, não precisaria de todas essas presepadas para ser notada, assim como inúmeras excelentes cantoras.
Uma revista que se diz “cult” tentando achar explicações filosóficas para atitudes feitas apenas em busca de números e audiência?
É como o Jesus negro da Madonna. Todos acham ela sensacional até hoje por causa disso. Um detalhe usado exatamente para criar essa polêmica toda, fazendo as pessoas esquecerem que ela faz playback, não compões as próprias músicas, não dirige nem roteiriza os próprios clipes e só é carregada pra lá pra cá por um bando de musculosos ao invés de dançar.
Mas os cults de fala difícil daqui devem achar sensacional.
Uma rebeldia que só choca quem tem mais contato com personagens de livros do que com pessoas reais.
Quanta “fala” (escrita) difícil aqui pra tão pouco (Lady Gaga).
Levantar questionamentos “filosóficos” para o que essa mulher faz???
Clipes, musicas, etc.. etc….
Queria muito ver a minha Avó comentando o trabalho da Lady Gaga… Ou minha vizinha…
Sabe? Essa gente “humilde”, batalhado, sofredora também… Do povo, etc.???
Sem nenhuma palavra e conceito difícil eles explicariam bem tudo isso! Explicariam “nós” aqui argumentando algo tão “vazio”…
Todo mundo intelectual aqui né???
Muita informação, livros, etc.. etc…
O dia que nós pararmos e prestarmos a atenção para o que “sentimos”, iremos de cara ver o que achamos de algum clipe/conceito de uma Lady Gaga.
Sintam…. E não se preocupem apenas com conceitos adquiridos em livros!
Adorei ler todos os comentários aqui! Mais do que esse Texto sobre o trabalho (pessoa??? Acho que não! Vemos apenas o trabalho!) da Lady Gaga….
Só pensem bem quando tocam na palavra “artista”….
Hoje o “conceito” de artista está sem pé nem cabeça né???
O que é um artista???
É um ator da Globo? Uma Madonna?
É um Almodóvar? Tom Jobim? Milton Nascimento? Neruda???
É o Jô Soares??? Ana MAria Braga???
Enfim….. “Artista”, “arte”……
Cuidado!!!!
Vocês acham que uma pessoa ignorante do povão vai reparar em um simbolismo tão profundo dentro de um clip onde aparecem mulheres semi-nuas se beijando? Se nem eu reparei nessa parafernalha toda que escreveram no artigo, imagina um pedreirão ou um adolescente retardado em frente a tv! É muito otimismo mesmo!
Gosta-se do pop, assiste-se aos filmes com maior bilheteria, aos programas mais comentados para não se sentir sozinho… De onde tirou essa conclusão? Alguma pesquisa quantitativa sobre comportamento de consumo? Só acredito nisso! Fala-se do coletivo com pensamentos solitários, preguiçosos do contato.
Lady Gaga é qualquer coisa, menos representante do que se pode chamar de feminismo pós-moderno. Lembremos de Rafinha Bastos, que a ultrapassa no twitter e diz o que diz sobre o estupro. Prefiro a análise que Camile Paglia faz, com menos concessões à mídia. Para mim lady Gaga é mais uma farsa medíocre da música pop que inventa moda que pega fácil. O que vem fácil, vai fácil. Qualidade zero.
E quanto a uma “Tibury pop”, haveria?
Admiro a grande Tibury, mas esse texto sobre o pastiche Gaga foi bem embromante!Muito piegas e sem nexo!!As fantasias sexuais de uma garota burguesa elevada ao extremo pelo que o dinheiro pop pode fazer!A estetica new romantic que predomina em seus clipes ultrapassados nao revigora em nada a ja tao batida estetica consumista estadunidense, que com sua , ainda que arfante, maquina de realizar desejos, ainda consegue fazer com que uma nova geraçao de iconofilos sejam reunidos pelos seus medos e anseios de pertencerem a algo , mesmo que seja apenas um deja vu atrasado e tecnicamente mal acabado!Ate que a mesma lady gaga tem uma voz que conseguiria entrar para o American Idol, mas que nunca cairia no gosto populareco do estadunidense medio, ou seja , aquele que realmente consome, tanto que para conseguir o feito de vendas de 1,1 milhao de copias, tiveram que vender o album completo por miseros 0,99 centavos de dolar, ah, faca me chorar, ou sera, rir, meus monstrinhos!!!
Gostei de ver todos os comentários , principalmente os comentários dos comentários , são todos lados de um mesmo prisma. Todos válidos. Segundo um ditado chines : “Aquilo que não tem solução solucionado esta”
Muito intrigante o texto!
Particularmente, acho necessário cuidado ao relacionar cultura pop com massificação, como se fossem indissociáveis. A cultura pop é arte como as demais e aqueles que a apreciam não podem ser rotulados de cegos seguidores, sob pena de se incorrer em grave discriminação com inspiração aristocrática (de que só é arte ou bom aquilo que é apreciado/acessível por/a poucos).
Não obstante alguns prefiram apenas vê-la como superficial, Lady Gaga é certamente um fenônemo, complexo e com conteúdo a ser entendido.
Pessoalmente, Gaga é uma agradável mudança no cenário pop, que há muito vinha sem novidades. Apesar de não ser cristã (ou de qualquer outra religião), Gaga me faz lembrar as palavras “seja quente ou seja frio, não seja morno que te vomito”. Quente para milhões de pessoas e fria para tantas outras, Gaga jamais é morna.
Como feminista e admiradora da arte pop, aprecio Gaga e suas mensagens.
não entendi muito , afinal gaga é uma referencia da classe media , não das massas , no brasil é forro funk rap , gaga é bom ou ruim ?
Apesar de pertinente a abordagem e, por ser um mero fenomeno passageiro, acredito que a midia propaga o mais simples o mais degustavel, como por exemplo, a atenção em excesso ao ex-presidente do Brasil.
Musicalmente a Gaga é média (exceto Bad Romance, Speechless e Telephone que são legais), mas quanto à atitude, 10 !!
Essa banalizada ao amor.. ao sexo.. virou um tema contemporâneo que infelizmente está crescendo muito em meio a “massa”, não somente Lady Gaga, que fez deste tema sua arte, mas muitos outros artistas e gêneros que se mostram cada vez mais deteriorados,para obtenção de “sucesso” e “vendas”.
Digo que é lamentável.
Ótimo artigo!
O que eu mais me pergunto é qual é a motivação da pessoa por trás da personagem Lady Gaga.
Sem dúvida, ela é uma excelente conhecedora do meio em que ela está, meio artístico midiático bastante característico dos EUA nas últimas décadas, e isso se explica até pelo passado dela como produtora musical.
Quando vejo os vídeos da Lady Gaga o que mais me chama a atenção é a articulação de elementos socialmente aceitáveis, que são conceitos musicais e de imagem que já foram aplicados em outras ocasiões e que fizeram muito sucesso. Por isso é tão fácil suas músicas grudarem na cabeça.
Mas, se fossem somente esses conceitos já prontos, ela faria sucesso? Óbvio que não! Por isso a necessidade de se mostrar polêmica, pra chamar atenção, principalmente neste momento histórico em que há multimeios e as pessoas (não todas, obviamente, isso até geraria uma outra discussão) tem a possibilidade de criar e ter acesso a uma diversidade gigantesca de trabalhos artísticos.
Por mais que ela coloque esses temas polêmicos dentro do trabalho dela, que eu não desmereço, eu me pergunto até que ponto isso representa um comprometimento real da parte dela com aquilo que ela está querendo passar, ou se isso é somente um recurso pra chamar atenção que ela usa pra outra finalidade – ela mesma.
Por isso, NÃO vejo a Lady Gaga como uma artista inovadora. Não há nada novo no que ela produz.
Ao meu ver, o que ela faz representa muito o vazio artístico típico do fim de uma época. A história mesmo mostra. Todos os períodos históricos apresentam características muito parecidas, e no final de todos eles prevalece o EXAGERO! E no começo, é a experimentação, é a incerteza de onde se quer chegar que predomina! E isso explica muito o momento que a gente está vivendo e já é visível em muitos trabalhos artísticos por esse mundão, em que o controle sobre o resultado é mínimo, quando não inexistente.
Acredito que a Lady Gaga só vai continuar por aí se a pessoa por trás da personagem realmente tiver total desprendimento da figura que ela mesma criou. O desgaste é inevitável, até o material que ela usa já está. A motivação dela pra fazer o que faz é que vai determinar se ela vai ou não conseguir…
Eu vejo a arte de Lady Gaga como uma arte muito inteligente, detalhista e profunda. Lady Gaga acredita em todas as pessoas, no sentido de que acredita no potencial artístico delas, e que ela podem ver isto nelas, assim como perceber outros artistas. Por isso ela é otimista em circular uma arte POP musical que aborda os temas de hoje m dia, as problemáticas da sociedade. Circular isso no meio de massa desentelectualizado ( não por total), ela mesma diz que queria trazer a arte viva de volta, ela disse q ela sangra porque seus sentimentos sao reais e profundos, e tudo q ela pretende mostrar (dizendo resumidamente) é que nós ainda estamos vivos e sangramos, não somos apenas mais um mote de zumbis nesta sociedade onde tudo se vende. Os cds de Ldy Gaga vendem, as músicas também. Tem algo errado em fazer sucesso e vender a música? Nao era loolvavel antigamente Quando a musica de um cantor passava nas radios e todos viam ouvir, comprava seus LPs? Pq agora a Gaga peca quando faz sucesso? Sei que parece idiota a pergunta, mas há pessoas que assimilam a grande venda da sua musica e seu CD à ela ser uma artista fabricada pela mídia. Mas quem acompanha a Gaga, sabe que ela esta contra a mídia, que as revistas aqui no Brasil por exemplo… a Veja, a distorcem totalmente. A elite esta encomodada com Gaga e as questões que ela levanta, que estavam dada como mortas e enterradas. Gaga tem um ideologia neutra onde apresenta um outro mundo, cheio de possibilidades. O seu trabalho é esclarecedor e anti-bullyng, onde ela trabalha exaustivamente para mostrar que cada pessoa é um ser individual e peculiar e tem direito a viver em sua plenitude, seu trabalho tem caráter libertário. Logo, é detestável para a elite que quer dominar a massa, uniformizando pensamentos e possibilidades de vida.
Born This Way ( o CD, as performances, os clipes, o discurso, o comportamento) vem mostrando a cara total da ideia e conceito de mundo que a Gaga quer q seja real. Ela quer implantar uma nova espécie de mundo aos poucos, a partir do Gagaismo. Onde parte do pré-suposto de que uma raça sem preconceitos deve ser gerada, e perpetuada para sempre. No clipe Born This Way ela mostra q essa “raça” já existe, e quando ela fala raça, sinto a pretensão de que esse movimento, esse grupo de pessoas q segue esse preceitos libertários logo deve dominar a face da terra. O que acredito mesmo, compartilho de toda a ideia dela, é a mesma ideia q eu tinha a muitos anos, antes de Gaga ser conhecida.
como perceber outros artistas. Por isso ela é otimista em circular uma arte POP musical que aborda os temas de hoje m dia, as problemáticas da sociedade. Circular isso no meio de massa desentelectualizado ( não por total), ela mesma diz que queria trazer a arte viva de volta, ela disse q ela sangra porque seus sentimentos sao reais e profundos, e tudo q ela pretende mostrar (dizendo resumidamente) é que nós ainda estamos vivos e sangramos, não somos apenas m
Acredito que a Profa. Márcia, sendo a pessoa cultivada que é, acaba emprestando uma riqueza estética à obra de Lady Gaga. Tal riqueza não existe. O empréstimo é feito pelo percebedor que, neste caso e contrariando Adorno, existe e percebe, noutros termos: cria em sua relação com o objeto. A rigor, as atuações da tal gagá, podem ser comparadas aos espetáculos dos circos da Idadé Média, em que o horror se fazia com a exposição de monstruosidades e barbaridades, como disse Harold Bloom sobre outra ultra pálida sombra do que outrora foram os verdadeiros artistas.
Interessante como algumas pessoas tratam “massa”, “povão”, “classes baixas” como sendo a mesma coisa.
Isso é uma calunia.
A Lady Gaga faz os vídeos para serem assistidos e não questionados
Os meios justificam os fins de Gaga?
O paradoxo está na moda.
Fiquei decepcionado com esse artigo. Acreditava que a filosofa fosse ser mais crítica com relação a Estética de Lady Gaga, justamente por ser filosofa, mas não, ela parece, ou se aproxima de um elogio. Artistas, se é que se podem chamar assim, esses lideres do entretenimento de massa, trazem algo de muito negativo para as presentes gerações jovens, cegamente cativadas pelos seus hits. Não falo da obra em si de artistas como Lady Gaga, falo de suas consequências. Conheço muito pouco a obra dela, mas o que vi, é um produto efêmero. Vi, porque esses agentes do entretenimento contemporaneo, se movimentam na imagem, vivem da imagem. Sem imagens o que eles são? O negativo é: eles ocupam um enorme espaço no mundo, por uma logica injusta, industria-mídia, quer dizer, por serem tão populares logo estão fisicamente em toda parte, e infelizmente trazendo consigo uma esse produto efemero de audio visual. Enquanto grandes e verdadeiros artistas de hoje no mundo não tem acesso ao grande publico, por estar esse espaço ocupado. O pior de tudo: o que nossa nova geração que ouve e vê Lady Gaga legará a geração que está por vir?
Marcia Tiburi nos oferece – não sei se ela aceitaria isso – uma visão sem achaques academicistas da reprodução da obra de arte tecnicamente reproduzida.
Nos dá uma visão pop da cultura erudita e uma visão erudita da cultura pop. Essa dialética supera a oposição arte autônoma X arte mercadológica. Assim, ela problematiza: Johann Sebastian Bach ou Lady Gaga? Ambos…
Pelo amor de Deus.. Não tenho nada a declarar sobre as pessoas que se deixam vender pela industria cultural..lamentável uma jornalista tão inteligente escrever um artigo desses..
Não acho que o mito mais adequado para se referir à idolatria pop seja o “flautista de Hamelin”. Ligo o fenômeno mais ao mito de Narciso, só que ao contrário deste, os idólatras não conseguem formar um auto-retrato de si mesmos, e consequentemente, carecendo de auto-afirmação, buscam e se apegam a esses “espelhos” oferecidos pela mídia.
Há que se observar que o fenômeno pop, seja ele Lady GaGa, Michael Jackson ou Calipso, atinge, sim, uma grande quantidade de pessoas, e é preciso, sim, discutir suas mensagens. Seja de que nível forem.
GaGa vem colocar várias questões que atingem a nossa sociedade, mais especificamente a mulher e, de certa forma, faz pensar. Talvez quem comenta aqui não seja exatamente o público dela, mas garanto que ela fala muito mais claramente a um adolescente do que todos os pensadores citados nos comentários acima.
Alguém precisa ensinar os adolescentes a dizer “I’m beautiful in my way / ‘Cause God makes no mistakes”…
Ela consegue atingi-los.
Eu concordo em partes com o texto,embora suas análises de video sejam extremamente forçada,já que tanto o diretor dos clipes quanto os roteiristas são americanos alienados que não sabem nada.Quanto a “grande massa” ele só acontece porque a rádio é feita á base de jabá e isso força as pessoas a ouvir essas porcarias fazendo com que a “grande massa” que não entende de arte escute aquilo,achando que aquilo é música.A lady gaga morre logo mais.Se eu fosse você não ficava perdendo tempo com teorias explicando uma coisa que por si só já é burra(lady gaga) 😉
Por que não pensar além da Lady Gaga, digo como um ícone midiático personificado, e se perguntar uma questão importante: o que viabiliza, contextualmente, a ascensão de qualquer ídolo pop? Até que ponto o sucesso de um artista está ligado ao ‘espírito dos tempos’ em que ele se insere e às carências da sociedade de uma determinada época?
De algum modo, sinto que não nos importa tanto discutir as peculiaridades da cantora, pois os artificios por ela usados um dia serão ‘memes’, consagrados no domínio público, e em épocas vindouras, como qualquer coisa que se torna antiga, correrá o risco de ser tachada como ‘brega’ e ‘fora de moda’ pelos adolescentes do futuro, do mesmo modo que hoje os memes “mullets”, “blazers com ombreiras”, “hippies sem banho”, “cabelos sem chapinha” são tidos como repulsivos por muitos que hoje vivem. De maneira semelhante, o tal pós-feminismo indagado no texto, fará tanto sentido quanto as canções de protesto da ditadura para jovens que nasceram em um país democrático e em destaque economico.
Devemos sim questionar, para o bem de todos, sobre os mecanismos que fabricam Lady Gagas, Créus, Sertanejos Universitários, e seja lá mais o que for que se preste à larga difusão dos meios de comunicação de massa. Até que ponto, com o nosso aval, esses ídolos emergem e acabam ganhando o posto de porta-vozes, e por conseguinte representando toda uma geração e época. Até quando a sociedade vai deixar sua representatividade, diversão, esperança e até indagações nas mãos de um ídolo pop?
Márcia, sempre que posso, leio seus artigos, pois a considero uma das mulheres mais lúcidas da atualidade brasileira. Que pena vc não estar mais no Saia Justa!!!!!Pois é, ao ler este artigo, uma sensação de “falta de chão” me veio à mente.Falta de chão para quem? para as mulheres, para os homens, para os jovens, enfim, para todos. É deprimente ver essa corrida desenfreada das pessoas para o lugar comum, sem reflexão, sem senso crítico, sem liberdade de consciência, posto que essa corrida, tenha ela qualquer objetivo, ou nenhum, ou de se enturmar para não se sentir só(!!!!)é a prova ïnquestionável de um “universo de sombras ambulantes”, como diz C. Milosz. A realidade da maioria das letras dos novos ídolos me parece uma”novilíngua”que anestesia o cérebro do público que passa a achar sensacional, muitas vezes, o medíocre! Não sou pessimista. Creio que há, sem dúvida aqueles que pensam, refletem, analisam, aqueles que, antes de aceitarem várias fórmulas novas e receitas mágicas, que prometem a felicidade sobre a terra.Bem, cara amiga, é isso que o seu artigo me despertou.Um abraço
Olá auero dizer o q,a Ladygaga fez com aquela pessoa foi muito errado porque ela não é diferente de ninguém.
“O feminismo só tem a agradecer.” Não sou feminista, sou mulher, acho que por isso não consigo gostar da Lady Gaga.
Artigo muito bom.Mas, não acredito em Lady Gaga como qualquer tipo de revolução, talvez de linguagem. Pode ser que tenha conseguido fugir de alguns lugares comuns. Pra mim apenas um sombra do que foi a Madona na década de 80. Nada a dizer, muito a vender. Custe o que custar.
Nossa, tem um cara, que tá confundindo tudo, marxismo, feminismo, Freud!! Sem noção!!!!!!!
O maior crime da Lady Gaga é se vender pra Virgin Mobile!
Me desculpem, mas a Lady Gaga tem personalidade, ou parece ter, se não for peça de manobra de diretores e gravadoras, mas isso ela sempre deixou claro, que sempre quis ser ela mesma, com opiniões bem formadas sobre vários assuntos, feminismo, homossexualismo, religião, música, midia, pop… já que ela mesma esteve do outro lado no inicio da carreira e se coloca na posição inversa, visto no seu DVD monster ball, ela evidencia muito a sua diferença no mundo pop… no final das contas ela é pop, mas com um certo capricho obscuro e profano…
Acho Lady Gaga maravilhosa, pode ser que faça o que faz por dinheiro. Mas, enfim.. ela faz o que a arte precisa, em especial a música, a qual já está(va)lotada de meninas sem-gracinha e fofinhas, estereótipos de um indústria extremamente sem originalidade.
Podem ser as letras sem sentido… Pode parecer profano, mas fazer o diferente é custuso e vem lotado de críticas, porém sem um embate, o mundo não terá nada de diferente à oferecer. Gaga faz muito bem em ser o inverso do contrário de todas essas patéticas demonstrações de arte, ela vai ser atemporal, provavelmente, idicação do ínicio de uma nova era. 😉
A Lady Gaga não faz os próprios clipes. Então, que seja dado crédito aos diretores.
Nossa, amei seu texto. Sempre gostei da GaGa não pelo que vc discorreu tão bem, mas pela música que seja de qualidade ou não faz me render-me e dançar muito, acho-a sensacional e ainda mais agora depois dessa aula de não obviedades que eu tive com seu artigo. parabéns! E agora vou correr pra rever todos esses clipes que vc citou e me deleitar com o lindo Live dela em “Speechlees”.
de novo o que sempre vemos e continuaremos a ver é a argumentação da mulher ressentida para justificar a sua alienação em torno dela mesma em forma bizarra de “arte”de uma forma de uma personagem que encarnou e não condiz com sua realidade.apenas se deixou ser mais uma vez um mero objeto ou um produto”cultural”vulgar,foi isso que trouxe com ela o feminismo.
Minha cara, estilisticamente o texto está adequado; funcionalmente, não. Nunca li tanto para entender tão pouco.
“A questão da quantidade adquire um contorno subjetivo na mentalidade dos indivíduos aniquilados no todo”.
???
Oi?
Muita abobrinha para pouco conteúdo.
Muito me irrita quando as pessoas querem encontrar significados e ‘significâncias’ ocultas em situações completamente mercantis. A Lady Gaga faz tudo o que deve ser feito para ganhar dinheiro: aparições em roupas esdrúxulas, maquiagem ao extremo, rumores sobre roubo de obra de outra artista, extrapolias amorosas (ela teria sido namorada de uma DJ), manipulacões estéticas questionáveis (como os implantes para ela ficar com chifres), e, principalmente, músicas pasteurizadas altamente vendáveis.
A personagem que ela criou “mata” os namorados nos clipes porque a violência vende, e, quem nunca quis ter a coragem de matar alguém ou ao menos de se vingar? Adele se vingou do ex-namorado ganhando o Grammy. Gaga segue um roteiro em busca da mais alta rentabilidade do seu trabalho, ela dois anos para isso. Mudou TUDO sobre ela e criou a personagem “Gaga” mudando as cor dos seus cabelos, o seu vestuário, seu nome. Se inseriu no mundo GLS e tramou/teve um caso com uma DJ lésbica. Ela decidiu que o sucesso está no escândalo, no grotesco, no chocante, na violência, no monstruoso. A própria artista muitas vezes disse que ela criou esta personagem conscientemente pensando em atingir as massas e que ela se propôs a viver como essa reportagem sempre que estivesse sob os holofotes.
Muito esperta, assim ela fica incógnita quando não está “a caráter”.
A sexualização do corpo feminino é presente na “obra” porque vende, inclusive entre as mulheres.
Você lançou este texto na netsfera coincidentemente ao mesmo tempo que o UOL fez uma matéria sobre a Erotika Fair em SP.
Nesta feira, o público feminino é proporcionalmente maior que o masculino, eu me surpreendi com o dado pois sempre deduzi que o mercado erótico (com a fantasias de enfermeira e as bonecas infláveis) fosse voltado para o público masculino devido a alta erotização e objeficação do corpo feminino.
Eu estava enganada, assim como acontece com as suas opiniões expressas neste texto.
oi?
que texto no sense.
Lady Gaga é o reflexo do control C control V. tudo oq ela faz já foi feito por outras pessoas antes.
quanta criatividade a sua.
sou mulher e não acho que as mulheres hoje estão em posição de vitimas, muito menos espero e me orgulho que tomem lugar de algozes!
Um texto muito bem escrito por alguém que não entende nada de música contemporânea. Lady Gaga é o lixo-luxo da atual música pop norte-americana, que, como a nosso mpebezinha, vive de bundas e mentes vazias. Dá licença!
Mais uma vez a arte desnorteando o pré-estabelecido…Acredito que isso é o melhor que arte, a música, a literatura, etc., tem a oferecer paras pessoas… A mudança, a renovação, a atualização do pensamentos e dos ideais através da criatividade…
Lady Gaga não precisa de muita análise nem significado.É um produto.Não tem beleza pra competir com a as Beyoncés da vida,sua voz é réplica da Madonna,sua música é cansativa.Então só lhe resta chocar, posar de moderna e caprichar na produção de clips com excesso de informação, figurinos caríssimos,cenários mirabolantes…tudo pra disfarçar sua mediocridade.
Respondendo a última pergunta: Pode ser que sim Marcia Tiburi. Mas ao meu ver isso não é intencional, o mercado pop tem a intenção dos números como você mesmo disse.
E se o show está tá dando certo, a parcela dela é muito pouca. Cantor canta(mesmo que não saiba cantar), promoção de trabalho quem faz é publicitário e marketeiro.
Bom dia !
Excelente ponto de vista!
E discordo, já que podemos filosofar….
Chega ser irônico e trágico, pois o feminismo não existe, conforme discorre em seu artigo, a não ser que podemos utilizar outra palavra, FEMINISMO TRATA DA IGUALDADE, e seu ponto de vista, no qual na interpretação o homem vira vítima, perde totalmente o que o feminismo procura igualdade…
O maior crime de Gaga é transparecer uma imagem errada e a desejada por um “grupo”, se o feminismo perdeu sua filosofia ou em cada região existe um padrão diferente no wikipedia devemos colocar o que é feminismo por região ou em nosso dicionário, pois igualdade não é “vitimar”, o feminismo tem suas armas para alcançar seus objetivos ao abordar a violência para tratar de feminismo contra o “machismo”, mostra apenas seres humanos comuns como qualquer outra animal com um toque diferente “mais valia”, o real ato feminismo seria não o desfecho chocante e cruel, mas sim a mensagem de igualdade “peace”, respeito, no entanto não conseguiria alcançar seu público.
Vale resaltar que John Lennon conseguiu expressar de forma menos chocante seus pensamentos sem precisar demonstrar virar opressor, assim como M. Luter King, Bob Marley, através de poesia, palavras, conseguiram e até hoje conseguem disseminar suas ideologias/filosofias, Lady Gaga pode durar até de sexagésimo aniversário, assim como Madonna deseja, mas, não terão o mesmo efeito que os grandes personagens acima citados, possuem grande peso peso em nossa sociedade e história rescente.
Abraços!
Como disse Paula Lopes, muita abobrinha para pouco conteúdo, muito palavrórios par justificar a lauda nossa de todo mês. Gaga é ruim, apenas isso, ou ma-ra-vi-lho-sa, assim mesmo com separação sílabas para quem gosta. Não precisa de filosofices para explicar um bom negócio.Nem ressuscitar Walter benjamim e toda a Escola De Frankfurt para isso. Ela entende o mercado, e isso é um mérito. só isso.
seria melhor se Lady Gaga assinasse com um nome de verdade. Se se vestisse como mulher de verdade. Mas, convenhamos, querer portar uma bandeira feminista num personagem que Baudrilliard chamaria de “trans-artista”, é transformar tudo em apenas mais um joguinho virtual de lutas pelo computador. Desse caldo não sai nada.
Muito fala e não chega em ponto nenhum, falar sobre estereótipos e destacar um tal “crime” em relação ao feminismo é tolice. Ela é uma artista, e é da natureza de um artista chamar a atenção de quem se mostra interessado em seu trabalho. Revise seus argumentos antes de abusar de conceitos filosóficos inescrupulosos.
Aprecio a arte e a Gaga (manipulada ou não) só faz a parte dela.
Usar de retórica nem sempre é funcional. Achei o texto extenso e vazio.
ela mesma nao entenderia essa dissertaçao,onde vc se debate pra tirar agua de pedra,vc ja ouviu falar na Nina Hagen?ela sim..”esperta”..alguém disse um dia que a massa é um monstro sem cabeça…
Nossa, falou muito, mas não entendi nada…
Estou confusa com tantas palavras que tenho que jogar no dicionário… ¬¬º
Não precisa ser como a Gaga, impressionar com o trivial. Seja objetiva e direta Marcia…
Pop sem vergonha vá lá, mas filosofia sem vergonha é qe são elas.
“cumplicidade incomum entre mulheres”: jamais entenderei qe alguém em pleno 2012 ainda acredite nessa falácia repetida à exaustão pelo machismo. Das mais perigosas.
Porqe o discurso influencia o comportamento e é nisso qe eles qerem qe nos fiemos, porqe imagina se a gente se une de verdade? Má notícia: já nos unimos, e há muito.
Tenho algumas ótimas camaradas, qe por sua vez tb o têm, qe por sua vez tb o têm… e é progressão geométrica. Mas ñ espalha.
É mais do mesmo! Não há nada que ela faz que Madonna já não tenha feito nos anos 80 e 90…
Gostaria que esclarecesse melhor alguns pontos de sua abordagem acerca de Gaga. As massas tendem, diante de sua baixa leitura crítica a copiar seus ídolos sem entender a ideologia que permeia sua performance. Considero Leide Gaga realmente o protótipo da mulher que não se realiza mais afetivamente dada a coisificação cada vez mais presente nas relações humanas.
É caso de literatura, ao meu ver, Lady Gaga primeiramente é vista como ídolo (massas), ídolo (os que se acham estudados) e por último desemboca em um parnasianismo. Digo parnasianismo, pois embora seja considerada uma estética antissocial, na verdade era em si uma manifestação, assim vejo o caso da Lady Gaga.
Uma pilha de louça pra lavar resolveria todos os problemas paradoxais de vocês. Ahh, também é muito mais fácil de conseguir comprar um rolex lavando louça do que escrevendo essas bobagens!
Muito interessante a análise da manifestação feminista no trabalho da Lady Gaga. Eu sou feminista como todas as mulheres não domesticadas e estou bastante orgulhosa. Pena ainda existir mulher capaz de achar que não ser feminista pode ser legal. Nunca vai ser legal aceitar ser tratada como um ser de segunda classe, e o feminismo é a simples luta pela igualdade de direitos. Parece que tem gente que gosta de ser oprimida, aí não se pode fazer nada.
É um textinho interessante. Só que essa escritora se esqueceu que essa é a face de uma artista. Assim como todos os artistas, todos tem seu lado doente, suas expressões patológicas e, digo e repito, se não fosse tudo isso, não seria tão interessante. Uma artista pop, que entende os movimentos sociais atuais, entende sua posição como ícone pop e influência mundial e ainda por cima produz tudo isso, como a autora diz, dando liberdade as pessoas, seja trazendo-as para as massas, ao convívio social, à história da humanidade, permitindo a autorização ao gozo pelas mulheres e a aceitação a todos os outros monstrinhos que a seguem. Lady Gaga é demais, mais que demais, ela é a expressão de nossa sociedade. Ela é uma representante social e política. E se isso é um crime… Bom, somos todos criminosos, não é?
Por que tanta discriminação do que se chama “massas”? Somos mais que eles? Nossa missão é “libertar” a massa das suas opressões e da sua ignorância?
Escrevi um livro cujo título é ‘O segundo sexo’. A leitura, considero, é bastante interessante.
Lady Gaga é sensacional, um fenômeno da arte e da música!!! Só não sabe quem não a conhece, tal qual a caríssima autora do artigo.
o camaleão David Bowie, antes dela surgir, a assistiu num Pub com outras 6 pessoas no máximo … ficou a conversar com ela a noite toda, no ucraniano Veselka – 144 Second Ave. NYC e comentou numa entrevista para um jornal interno de gravadoras: “Camaleão, eu? … vocês ainda não viram a Camaleoa que está vindo por aí … acho que chama-se Gaga … muda de pele como vc muda de ideologia … é surpreendente: pensa como Noam Chomsky e age como Madonna … é demais!”