O clássico de combate

O clássico de combate
Autora de 'Orgulho e Preconceito', a inglesa Jane Austen retratou a opressão social, econômica e afetiva das mulheres nos séculos 18 e 19   O recolhimento à esfera doméstica, o horizonte acanhado, a discrição da autora – nada faria supor que os romances de Jane Austen (1775-1817) viriam a ocupar um lugar de destaque nas letras inglesas e chegariam a ser considerados verdadeiros clássicos. No entanto, essas narrativas de amor e casamento tornaram-se, ao longo do tempo, unanimidade de público e de crítica e deram a Austen a fama que ela não conheceu em vida. Se as oportunidades de desenvolvimento profissional e intelectual eram reduzidas para as mulheres, principalmente para aquelas de sua condição social, Austen soube traduzir essas limitações e transpor, para o plano literário, uma experiência que era a de tantas jovens naquele momento de transição entre os séculos 18 e 19. Dessa maneira, no centro do enredo de seus seis romances sempre haverá uma protagonista às voltas com escolhas das quais dependem seu destino e seu futuro. Trata-se, em todos os casos, de romances de educação, nos quais essas jovens mulheres são confrontadas com as possibilidades e os constrangimentos impostos pelas normas morais e convenções sociais então vigentes e passam por um processo de aprendizagem sobre si próprias, sobre os outros e sobre a vida, que as devolve, ao final, mais maduras e mais experientes. Assim, concordando com Tony Tanner e ampliando sua observação sobre um dos romances de Austen, seria possível pensá-los todos como “dram

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