O caos coletivo em Israel e a retomada do sujeito palestino como saída
Outdoor em Tel Aviv com a foto do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e os dizeres “Bibi, o que você fez? Você dividiu o povo!” (Oren Rozen/Iron Swords)
Assim que chegamos a Israel, fomos do aeroporto para a casa da irmã de Michel, em Tel Aviv. Durante o caminho na estrada, fizemos uma curva errada e acabamos esbarrando no carro à nossa frente. Logo que os passageiros dos dois veículos se recuperaram do choque inicial e perceberam que a batida não havia sido grave, todos saíram de seus automóveis para, enfim, estabelecer contato. Do carro da frente, saiu um casal não religioso, com duas crianças no banco de trás, e que logo chamaram atenção pela simpatia. Começamos a conversa em hebraico, e em seguida perguntaram o que estávamos fazendo lá. Falamos que éramos brasileiros, que um tinha vindo para um congresso em Israel e que o outro já residia ali fazia alguns anos. O sorriso não se conteve no rosto do simpático casal. Disseram: é alentador ver gente de fora vindo para Israel durante estes tempos difíceis. Nós precisamos de vocês. Precisamos de pessoas que entendam o que se passa aqui e levem isso para o mundo.
A conversa durou mais alguns minutos, e o discurso deles expressava lamento frente à fragmentação e ao esgarçamento da sociedade israelense. Clamavam por diálogo e união, a única forma de reconstruir o país após a tragédia de 7 de outubro. Eles lamentavam os assassinatos perpetrados nas comunidades fronteiriças à faixa de Gaza, com a população mantida como refém já havia quase um ano pelo Hamas, e se solidarizavam com aqueles que tiveram de abandonar suas casas no norte do país devido aos atritos com o Hezbollah. Todo esse sofrimento coletivo deveria ser canalizado e
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