O berro de As travestidas

O berro de As travestidas
Peça 'Quem Tem Medo de Travesti', do coletivo As Travestidas (Divulgação)
  No início de 2017, chamou a atenção do Brasil e da imprensa internacional o vídeo do linchamento público da travesti Dandara dos Santos, ocorrido na cidade de Fortaleza. Violência que se incorpora às estatísticas de transfeminicídio, as quais fazem, atualmente, do Brasil o país onde mais se mata esta população, segundo a ONG Transgender Europe. Tal acontecimento levantou, nos fóruns públicos, questionamentos como: o que há na normatividade de gênero que faz com que alguns corpos sejam considerados menos que vidas vivíveis? Quais os percursos de violência que uma pessoa trans* sofre até chegar a ser considerada uma vida matável? Essas são também algumas das inquietações que mobilizam e atravessam o trabalho do coletivo artístico As travestidas, sediado na capital cearense desde sua criação, em 2008. Contudo, a história do grupo teve início alguns anos antes, ainda em 2002, com a montagem do solo Uma flor de dama. Nele, o ator e diretor Silvero Pereira adaptara o conto Dama da noite, do escritor Caio Fernando Abreu, acompanhado de narrativas de vida de pessoas trans e travestis ouvidas a partir de entrevistas e vivências. A repercussão local do trabalho geraria a aglutinação de diversos profissionais em torno do projeto cênico. O resultado de tais encontros foi a criação do coletivo artístico autônomo composto, segundo o perfil do grupo em uma rede social, por: “atores , transformistas, cantores, performers, videomakers, DJs, maquiadores, cabeleireiros, figurinistas, barraqueiras, psicólogos, adoradores da noite e de duas

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