Nome próprio

Nome próprio
João Miguel como Raimundo Nonato no filme 'Estômago' (2007) (Divulgação)
  Louco, cozinheiro, pai, caminhoneiro, ladrão, homossexual, palhaço... João Miguel é tudo isso. É, também, Serrano Leoneli, sobrenomes que escolheu não usar. “Tenho dois nomes já. Acho que é o suficiente pra você existir”, afirma o filho de dona Magali e seu Domingos. O encontro foi marcado para as 15 horas no café do Reserva Cultural, na Avenida Paulista, em São Paulo, lugar preferido do ator para dar entrevista (ele gosta de frequentar os mesmos lugares, sempre). João chegou com 15 minutos de antecedência. Vestia camiseta, calça bege, mochila nas costas e, nos pés, tênis com jeito de bota. Nas mãos, óculos escuros e um iPod. Prestes a trocar Chico Science e Nação Zumbi, os amigos Lucas Santtana e Moreno Veloso por um set list de perguntas, João Miguel pede: “Posso comer durante a entrevista? Não vai atrapalhar?”. Do cardápio, escolheu risoto ao funghi e água sem gás. Baiano de Salvador, João cresceu em meio à arte. Seu pai trabalhou com produção teatral na década de 1960, sua mãe é artista plástica. É tataraneto de um italiano anarquista com uma negra descendente de escravos. “Daí nasce uma família nervosa e comunista”, em suas palavras. Aos 9 anos, precocemente, participou da primeira peça teatral, no Teatro Castro Alves, em Salvador. “Eu convivi com amigos de meu pai que eram atores. Não quer dizer que minha trajetória foi orgânica; teve aí um precipício, uma vida, procura, perguntas, encontros e desencontros”, conta o palhaço. O palhaço De Salvador, aos 18 anos, João arrumou as malas e par

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