Nas bandas de cá, umbanda

Nas bandas de cá, umbanda
Pontos riscados da umbanda compostos de símbolos de Caboclos e Oxóssi (Foto: Reprodução)
  Nesta banda em que cá estamos, existem aqueles que vagueiam assombrados por obsessões cartesianas. São seres que, atormentados pelos mais diferentes kiumbas civilizatórios e dependentes dessas energias, insistem em dar de comer aos fantasmas da neurose cultural brasileira, da democracia racial e das muitas cabeças da colonialidade. O Brasil mistifica seu projeto de Estado-Nação nos véus da violência racial/colonial. Uma violência contínua e sistemática que opera com base em assassinato, estupro, encarceramento, destruição de ecossistemas, grilagem, servidão e formas de subalternização do saber. Nesta terra, onde em cada esquina se faz política, ebós epistêmicos e cívicos (como propõe Luiz Rufino), há uma legião daqueles que driblam o curso insistente das linhas retas, escapam do vampirismo dominante, cismam com os ideais de grandeza dos herdeiros do protetorado branco e contra-atacam com repertórios infinitos de sabenças ancestrais. O que quero dizer em poucas palavras nesse texto, e faço como quem risca a fundanga, é que o Brasil é antes de tudo uma casa de caboclo. Os mais apressados no jogo, escassos de poesia e malandragem, diriam que essa marca se dá pelos primeiros moradores desse lugar, aqueles que aqui habitavam antes da chegada e ocupação da empresa colonial. Em certa parte, faz sentido, porém não raspa o fundo do tacho dessa inscrição assente em uma epistemologia macumbeira. Casa de caboclo é antes de tudo um feitiço, que como toda boa artimanha do encanto cruza quem o faz e quem o recebe. O feitiço convoca par

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