Privado: Na volta a Espinosa, a construção do comum
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Com Michael Hardt (à esquerda), Negri escreveu Comum e Declaration, seus livros mais recentes, ainda inéditos no Brasil/Christian Werner e Alexandra Weltz
por Thiago Fonseca e Giuseppe Cocco
Em entrevista, o filósofo Antonio Negri fala de sua obra e de livros mais recentes, escritos com Michael Hardt (Comum e Declaration, inéditos no Brasil), da importância da leitura de Espinosa em seu próprio pensamento e do papel das manifestações brasileiras no contexto das revoltas globais.
CULT — O senhor veio a São Paulo para falar sobre revoltas globais e a construção do comum. De que trata o comum?
Antonio Negri — O conceito de comum é o resultado da série de estudos que eu e Michael Hardt fizemos a partir de Império, no qual elaborávamos uma análise radical das categorias do pensamento polÃtico, não somente daquelas ligadas ao conceito de soberania, mas de todas as que dele derivavam e que deveriam ser modificadas a partir da globalização. A globalização funciona como elemento central, não somente na construção de conceitos relativos ao mercado mundial, mas também na destruição de condições conceituais e discursivas vinculadas ao quadro precedente, o dos Estados-nação. Nessa perspectiva, o conceito de trabalho é fundamental, uma vez que nos mantemos ligados à matriz marxista de análise e de crÃtica.
O trabalho hoje se apresenta radicalmente modificado em relação ao perÃodo fordista, e também com relação a cada uma de suas definições tradicionais, como simples prestação de serviço ou execução laboral que comportam extraçÃ
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