Na CULT deste mês, Kafka por Ciocler

Na CULT deste mês, Kafka por Ciocler
Foto: Bob Sousa
Foto: Bob Sousa

por Marília Kodic

Nascido de uma leitura sugerida a Caco Ciocler durante uma sessão de análise, o monólogo A Construção, baseado na obra homônima de Franz Kafka, entra em cartaz neste mês em São Paulo. A peça é estrelada pelo próprio ator e tem adaptação e direção de Roberto Alvim.

Leia a seguir entrevista concedida por Caco Ciocler à reportagem da CULT:

CULT – A ideia para o espetáculo surgiu durante uma sessão de análise?

Caco Ciocler – Eu ouvi sobre o conto durante uma sessão, foi meu analista quem me sugeriu sua leitura, e ele serviu de inspiração para alguns assuntos que estavam sendo trabalhados ali. A ideia de transformá-lo numa peça nasceu em decorrência do espanto que sua leitura continuou me causando. Era sobre aquilo que eu queria falar… nada mais!

O texto fala de uma criatura que vive embaixo da terra, cavando uma construção para se proteger do mundo. Como esta metáfora se traduz para você?

Toda patologia psíquica nasce da tentativa desesperada de aplacarmos as instabilidades que o outro nos causa. Assim, criamos nossas edificações, muralhas, janelas e portas, nossos corredores e recintos, nossos labirintos nas entradas… e passamos nossas vidas nos ocupando com suas reformas e seu constante reforço.

Qual sua relação com a obra de Kafka?

Meu primeiro contato foi com 15 anos, lendo A Metamorfose. Lembro do susto! Difícil escolher uma favorita… acho A Construção a mais terrivel! Mas gosto muito de Um artista da fome e O Foguista.

Qual a característica de sua escrita que mais o agrada?

O fato dele praticamente não ter revisado (rasurado) sua obra! A escrita não nascia de um planejamento intelecto-emocional que pudesse ser revisto. Kafka partia de um impulso e deixava que a própria escrita o conduzisse a outra habitação outra, que a própria linguagem desse vida a seus sujeitos, e é isso que estamos reproduzindo em cena.

Como se preparou para interpretar o escritor?

Eu tenho me exercitado na difícil tarefa de, assim como ele, partir de um impulso e deixar que a fala e o texto criem habitações insuspeitadas até mesmo para mim. Quero que cada dia seja um experimento, e não uma reprodução.

Além de peça, quais são seus projetos atuais?

No teatro quero levar A Construção ao maior numero de lugares possíveis e começar a formar, com ela e com 45 minutos, um repertório de monólogos.

No cinema fiz três filmes com estreias previstas para esse ano: 2 coelhos, de Afonso Poyard, Disparos, de Juliana Reis, e Meu pé de Laranja Lima, de Marcos Bernstein; e filmo De Menor, de Tata Amaral e Carú, e o próximo longa de Eduardo Belmonte, ainda sem nome. Na TV, participo de um dos episódios da série As Brasileiras, com estreia prevista para este mês.

Onde: Sesc Pompeia – R. Clélia, 93, São Paulo (SP)
Quando: 10/2 a 25/3
Quanto: R$ 4 a R$ 16/
Info.: (11) 3871-7700

(1) Comentário

  1. embora seja um modelo de filme novo (o pr prio raehpal camacho citou tarantino e eu complemento com guy ritchie) um roteiro muito bem bolado. concordo com o cr tico que em alguns momentos, a trama, de t o detalhada, chega a ficar confusa. por m, simplifica perto do final do filme quando o desenho dela (literalmente falando) mostrado. os efeitos no filme atrapalham em nada o andamento dele; pelo contr rio, enriquece a hist ria o tornando numa pel cula mon tona. atua es convincentes d o o toque de ouro que a pel cula precisa e a do protagonista bem, n o poderia ser outra pessoa sen o o fernando alves pinto. ficou muito manera a atua o dele. pra mim, na minha opini o de merda, 2 coelhos um dos melhores filmes desde a reascen o do cinema nacional. divers o garantida num tom reflexivo, pois a pel cula tem conte do. 6,3 uma nota muito aqu m do filme, mas quem importa? vc precisa ver pra entender.

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