Dossiê | Michel Foucault: leituras brasileiras
O filósofo francês Michel Foucault (Foto Martine Franck/ Latinsrock)
Entre meados da década de 1960 até 1976, Foucault visitou várias vezes o Brasil. De Norte a Sul e Sudeste, passando pelo Nordeste, muitas de suas conferências proferidas em nosso país, assim como suas entrevistas, são hoje parte importante de sua obra. Aqui ele deixou amigos, companheiros de rota, mas, principalmente, um legado que não tem preço. Se é possível dizer, conforme enfatiza um amigo, que no começo dos anos 1980 os estudiosos de sua obra entre nós cabiam dentro de um Fusca, hoje, passados trinta anos de sua morte e cinquenta anos de sua primeira visita, seu pensamento, sua filosofia, se tornou uma interlocução permanente e necessária, não apenas na filosofia, mas também nas ciências humanas e sociais, nas letras e comunicação, no campo das ciências biomédicas. Seus estudos sobre a loucura, a prisão e a sexualidade se desdobraram em tantos outros, seus instrumentos de análise são utilizados para tentar compreender as questões que são nossas, que dizem respeito a nossa história e nossa (des)inserção no mundo globalizado. Conhecido na década de 1960 como mais um “estruturalista” devido ao impacto de As palavras e as coisas, desqualificado politicamente pela crítica de Sartre, em especial a partir do período de preparação do Vigiar e punir, tornou-se o “filósofo do poder” e, ao mesmo tempo, militante de muitas causas, aparecendo ao lado do próprio Sartre em inúmeras manifestações políticas; Foucault é, agora, o fundamental “pensador da biopolítica”. Por outro lado, a publicação dos quatro volumes dos D
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