Livro para quê?

Livro para quê?

Jaqueline Gutierres

“Eu fico feliz em dizer que daqui a dez anos, discussões como a proposta aqui, sobre o mercado de publicações, não serão mais necessárias”, afirmou o poeta Frederico Barbosa ao iniciar sua fala na mesa “Como as intranquilidades do Mercado Editorial interferem no Processo de Criação?”, parte do evento Encontros de Interrogação, realizado no Itaú Cultural, em São Paulo. Barbosa defendeu sua previsão criticando a postura das editoras no país atualmente, além de afirmar que a literatura será muito melhor quando não depender mais delas , “a escolha das obras que são publicadas é feita por pura politicagem”.            

Com opinião otimista sobre o setor, o escritor e curador editorial do Grupo Babel no Brasil, Luiz Ruffato defendeu que desde o fim da ditadura militar, o país segue em processo de descentralização. “Há uma elite que sempre foi dona dos meios de comunicação e da cultura nacional, e que nunca deu possibilidade de haver leitura em massa; hoje isso está mudando”. Ruffato exemplificou citando a 15ª edição da Bienal do Livro do Rio de Janeiro, da qual participou e que, segundo ele, foi prestigiada por um número enorme de leitores, o que o surpreendeu positivamente.           

Como um meio termo entre as opiniões de Barbosa e Ruffato, o escritor Ronaldo Correia de Brito ressaltou a importância da internet nas mudanças do setor editorial. “A rede ocupa hoje o espaço que já foi da oralidade e da escrita, por isso pode-se dizer que há inúmeros modos de um livro ser publicado”. Também apontando outras questões, a escritora Carola Saavedra destacou um problema que vai além do papel eficaz das editoras no país. “Não se trata só da publicação, o que se deve pensar é se o livro depois de lançado será lido e como será trabalhado para que o autor possa ter uma obra literária relevante.”

(3) Comentários

  1. Realmente a discussão proposta é muito válida. É vergonhosa a forma como as editoras tratam os “NOVOS” autores. Parecem estar sempre colocando/inventando obstáculos para emperrar o caminho do estreante.
    Você entra na parte de análise de originais da editora e elas demonstram apenas que não estão dando a mínima para a opinião e consequentes dificuldades que um autor estreante e sem nome pode ter. Pedem que lhes envie o original assim e assado, não sei quantos, não sei quando e só vão te responder quando bem entenderem. “EI EDITORAS, ACORDEM! APREDAM A TRATAR BEM OS NOVOS AUTORES, A EXISTÊNCIA DESSE MEIO (EDITORIAL), COMO É HOJE, PODE DEPENDER EXCLUSIVAMENTE DELES.” Pensem apenas que como foi exposto no post acima, o autor não precisa mais ficar a mercê das editoras (ditadoras) pra mostrar o seu trabalho. Grandes parte das editoras só estão interessadas em fazer nome, precisam que autores renomados lhes enviem material. EDITORAS PRO INFERNO!

  2. Acho que as editoras deveriam ter o mínimo de respeito com os novos autores. A escritora Carola destacou muito bem seu ponto de vista.

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Novembro

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