Masud Khan: rumo à psicanálise decolonial

Masud Khan: rumo à psicanálise decolonial
(Foto: Zoë Dominic / Agradecimentos a Catherine Ashmore e Linda Hopkins)
  Mohamed Raza Masud Khan (1924-1989) foi um psicanalista de origem paquistanesa, graduado em literatura inglesa na Universidade de Punjab. Nascido e criado em meio ao islamismo, de tradição xiita, Khan buscou a psicoterapia psicanalítica em decorrência do falecimento precoce e abrupto de sua irmã mais nova, que terminou por levar também, de tristeza, cerca de um ano depois, seu pai. Khan chegou à British Psychoanalytical Society em 1946 como estudante, sendo acolhido por Anna Freud, com quem construiu uma intensa amizade. Seu processo de análise foi marcado pelo falecimento dos seus dois primeiros analistas, Ella Sharpe e John Rickman, e por um intenso e produtivo encontro com Winnicott que se desdobrou em um trabalho de supervisão e, posteriormente, de edição dos textos do médico e psicanalista britânico. Khan foi responsável pela edição dos livros mais importantes de Winnicott, tendo sido fundamental na disseminação de sua obra. Foi também um exímio editor do International Psychoanalytical Library, assim como do International Journal of Psychoanalysis e coeditor do Sigmund Freud Copyrights. Foi reconhecido como uma pessoa extremamente criativa, destacada pela originalidade e sensibilidade clínicas, notórias ao longo de sua produção. Seus principais livros foram The privacy of the self (1974), Alienation in perversions (1979b), Hidden selves (1983) e o polêmico When spring comes (1988), que culminou em sua expulsão da sociedade psicanalítica, acusado de antissemitismo. Atitudes arrogantes, alcoolismo e escândalos sexuais protag

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