Estante: Jamaica Kincaid, Rosa Montero e Geneviève Azam

Estante: Jamaica Kincaid, Rosa Montero e Geneviève Azam
A escritora Jamaica Kincaid, cujo livro "A autobiografia da minha mãe", de 1996, sai pela Alfaguara (Foto: Fredrik Sandberg)

 

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[A autobiografia da minha mãe, Jamaica Kincaid]

Publicado pela primeira vez em 1996, o livro conta a história de Xuela Claudette Richardson, moradora da ilha de Dominica, filha de mãe caribenha e de pai meio escocês e meio africano. A narrativa vai da infância até a velhice da personagem, que luta para encontrar um lugar no mundo sem a ajuda da mãe, que morre no parto. Uma história de amor, medo, perda e formação de caráter. Professora de História Africana e Afro-Americana em Harvard, a autora caribenha era considerada a favorita para o Nobel de Literatura deste ano, que foi para a poeta estadunidense Louise Glück. A autobiografia da minha mãe é o seu segundo livro traduzido para o português – o primeiro, esgotado há anos, foi Lucy, publicado pela Objetiva em 1994.

Alfaguara, 144 páginas, R$69,00. Tradução de Débora Landsberg.

[Nós, mulheres: grandes vidas femininas, Rosa Montero]

Autora de A ridícula ideia de nunca mais te ver (todavia), Rosa Montero traça aqui a vida de mulheres que fizeram história; mulheres pioneiras que provocaram mudança no curso dos acontecimentos – mas que nem sempre são lembradas. De Agatha Christie a Mary Anning, primeira paleontóloga da história; de Simone de Beauvoir a Juana Azurduy, militar de origem indígena que participou das lutas pela independência da América espanhola, a obra traz biografias de mulheres que viveram grandes vidas. A autora, Rosa Montero, é jornalista e um dos principais nomes da literatura espanhola contemporânea.

Todavia, 275 páginas, R$64,90. Tradução de Josely Vianna Baptista.

[Carta à Terra: e a terra responde, Geneviève Azam]

Economista e ambientalista francesa, Geneviève Azam escreve uma carta à Terra. Com referências científicas, filosóficas e literárias, relembra o desenvolvimento da humanidade, fala das ilusões do capitalismo verde, da possibilidade de uma insurreição ética e política para defender o planeta e os diversos mundos que ele abriga. A autora questiona como podemos nos aliar para resistir a tanta injustiça e degradação, além de alertar para as rebeliões da Terra frente às nossas devastações. O prefácio é de Ailton Krenak.

Relicário, 164 páginas, R$39,00. Tradução de Adriana Lisboa

[Arruaças: uma filosofia popular brasileira, Luiz Antônio Simas, Luiz Rufino e Rafael Haddock-Lobo]

Em busca de uma filosofia brasileiraLuiz Antônio Simas, Luiz Rufino e Rafael Haddock-Lobo propõem uma série de ensaios sobre os conhecimentos e histórias do povo brasileiro: os boiadeiros, os malandros, as pombagiras, aqueles que compõem o mosaico da nossa população. Os autores defendem que é justamente aí que mora a filosofia popular brasileira: nas ruas, nas encruzilhadas, nos terreiros, no conhecimento ancestral, no cotidiano. Uma proposta contra a colonização do pensamento e das ideias.

Bazar do Tempo, 200 páginas, R$ 48

[O ar de uma teimosia: trilhas da publicação em Clarice Lispector, Lúcia Machado de Almeida e Henriqueta Lisboa, Ana Elisa Ribeiro]

Doutora em estudos linguísticos pela UFMG, Ana Elisa Ribeiro investiga as dificuldades e possibilidades da publicação de escritoras por editoras nacionais no século 20 – Henriqueta Lisboa chegou a dizer, por exemplo, que publicar livros, principalmente de poemas, era um “exerciciozinho de paciência”. Ribeiro investiga as redes intelectuais que essas autoras acionavam para dar vida a seus livros, além dos fluxos editoriais e os mecanismos de legitimação e circulação das obras.

Macabéa, 150 páginas, R$34


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