Israel contra Gaza: Uma batalha moral
Caravana de mulheres e crianças palestinas durante a Nakba, em 1948, quando centenas de milhares de residentes da Palestina foram forçados a deixar suas casas (Wikimedia Commons)
As imagens dos conflitos que sucederam a ação do Hamas, em 7 de outubro de 2023, lembram os filmes mais apocalípticos já produzidos. O sequestro de cidadãos israelenses e a destruição sucessiva de civis palestinos seguem sendo uma realidade censurável até hoje. Em cada lado dessa triste história, há um passado fantasmagórico de violência que insiste em transformar o presente em uma guerra perene entre o bem e o mal.
Nas ruas, nos botecos, nos espaços acadêmicos e nos telejornais, o Mediterrâneo Oriental, território compartilhado por Palestina, Líbano, Síria e Israel, tem sido descrito como um cenário de violência e criminalidade similar às grandes cidades que, como produtos culturais, são palcos de uma guerra permanente entre heróis e vilões, tais como Metrópolis, de Superman, ou mesmo Gotham City, de Batman. Nublados pela poeira dos escombros, replet0s de rebeldes conspiradores, ou vitrine de mocinhos, os espaços de violência da vida real ganham contornos de uma história que se esquece daqueles que deveriam ser os personagens principais dessas sagas: os civis atingidos pela crise humanitária que o conflito representa.
No caso da guerra entre o Exército israelense e o Hamas, que teve seu episódio mais recente em outubro de 2023, a maioria das informações que chegam ao grande público reforça o papel injusto de coadjuvante às vítimas do conflito e transforma o discurso da guerra em uma narrativa que sempre terá Israel como o ponto médio do debate. Não se pode negar que, a depender de como parte considerável da imprensa
Assine a Revista Cult e
tenha acesso a conteúdos exclusivos
Assinar »