Gatos, lebres e fake news políticas

Gatos, lebres e fake news políticas
(Arte Andreia Freire)
  No Brasil, aparentemente está todo mundo preocupado com a existência e o uso político de fake news. E de forma tal que, como vimos no caso da difamação após o assassinato de Marielle Franco, até as empresas de jornalismo resolveram entrar em campo e mobilizar recursos para desvendar o processo de fabricação e difusão de informações cujo propósito era destruir a reputação da vereadora. Numa mobilização singular, em poucos dias, três ou quatro das maiores redações do país sucessivamente: capturaram nas redes sociais digitais e expuseram em seus veículos as publicações que deram origem à disseminação de informações falsas sobre Marielle; identificaram e desmascararam os influenciadores que sustentaram e emprestaram ares de veracidade às mentiras distribuídas em ambientes digitais, expondo e constrangendo, por esse meio, autoridades públicas (desembargadora, delegado e deputado) e ativistas envolvidos no assassinato de reputação; remontaram a cadeia de distribuição das falsas notícias até chegar à sua fonte – um site especializado em torcer e inventar fatos até que eles se prestem como armas para desqualificar teses e interpretações da esquerda – e o Goebbels digital que faz disso a sua atividade principal. O jornalismo brasileiro vive uma crise intelectual e moral sem precedentes. Em 2015, a grande imprensa brasileira entrou, quase como se fosse uma competição entre os departamentos de jornalismo, em uma espiral crescente de engajamento e parcialidade política de enrubescer até os mais céticos e moderados. No caso

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