Freud e a neurologia
O psicanalista nunca teria deixado de ser um neurologista (Foto: Domínio Público)
Em sua Apresentação autobiográfica, publicada em 1925, Freud relata que, nos primeiros anos em que cursava Medicina na Universidade de Viena, deparou com alguns desenganos, como a dolorosa insinuação, por parte de seus colegas, de que deveria se sentir inferior e estrangeiro por ser judeu, e a constatação de que a peculiaridade e limitação de seus dotes lhe impediriam de obter êxito em muitas das disciplinas pelas quais se interessava. Diz ele ter encontrado amizade, sossego e satisfação plena no laboratório de fisiologia do professor Ernst Wilhelm von Brücke, no qual trabalhou até um ano após se formar, em 1881, realizando pesquisas sobre a histologia do sistema nervoso. Segundo seu próprio relato, sua opção por abandonar a carreira teórica deveu-se não a uma inclinação pessoal, mas à sua precária situação financeira. Seguindo o conselho do próprio professor Brücke, ele ingressou, em 1882, no Hospital Geral de Viena como assistente clínico, onde, paralelamente ao trabalho como clínico, continuou realizando pesquisas no Instituto de Anatomia Cerebral, no qual trabalhava o professor de Psiquiatria Theodor Meynert (1833-1892).
Freud neuropatologista
A partir de certo momento, quando trabalhava no Hospital Geral de Viena, também por razões econômicas, Freud começou a estudar as enfermidades nervosas. Segundo ele, havia muito poucos especialistas em neuropatologia na época, e quem quisesse se aprofundar no assunto era obrigado a ser professor de si mesmo. Nos anos que se seguiram, ele publicou vários estudos sobre enfermidade
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