Franco e Franca

Franco e Franca
Franco Basaglia e Franca Ongaro Basaglia (Foto: Michael Lucan, Fondazione Basaglia)
  Franco Basaglia é muito conhecido no Brasil – talvez mais aqui do que na própria Itália. Ele esteve em nosso país em 1978, alguns meses após a aprovação da Lei 180, a Lei da Reforma Psiquiátrica Italiana, que ficaria conhecida como a “Lei Basaglia”: tratava-se da primeira vez na história em que se prescrevia a extinção dos manicômios em toda a extensão de um território nacional. Desde 1964, quando trabalhava no hospital psiquiátrico de Gorizia, Basaglia declarava que era impossível humanizar manicômios. Inspirado e fundamentado, principalmente, em Michel Foucault e Erving Goffman, ele partia do princípio de que tais instituições haviam sido criadas para excluir e gerir os segmentos marginalizados da sociedade, para os quais essa mesma sociedade não construía políticas públicas de ingresso social. O manicômio não havia surgido para cuidar, acolher e tratar, mas para excluir e mortificar. A transformação da instituição psiquiátrica passaria a ser um meio, uma estratégia para a sua extinção definitiva. Com base em um artigo apresentado no Congresso Mundial de Psiquiatria Social em Londres, Basaglia passou a propor a extinção progressiva dos manicômios e sua substituição por meios de cuidado territoriais. Simultaneamente, no Brasil, nascia um movimento social potente no campo da saúde mental, que viria a tirar excelentes frutos da aproximação com Basaglia, que retornaria mais duas vezes logo no ano seguinte. As palestras, os encontros e os debates dos quais participou deram origem a um livro, editado originalmente

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