Filosofia e saúde mental

Filosofia e saúde mental
A pensadora estadunidense Susan Sontag (HOLLANDSE HOOGTE)
  A noção de saúde mental vem ocupando um espaço importante no âmbito do senso comum, no qual conceitos são naturalizados sem mais questionamentos. Por isso, a tarefa de uma abordagem filosófica dos temas do mundo – individuais ou sociais, éticos ou políticos – continua sendo a de questionar ideias e práticas que são tomadas coletivamente como óbvias – e “verdadeiras” – apenas porque são repetidas à exaustão. Meu interesse com essa reflexão é questionar o conceito de “saúde mental” – em vez de afirmar que a filosofia (seja ela qual for) poderia fazer algo como “colaborar” com a saúde mental, como o título deste texto poderia sugerir. Minha hipótese é de que o “sujeito psíquico” funciona hoje como um substituto do sujeito filosófico, sendo fruto de seu abandono. É verdade que toda a filosofia contemporânea trabalhou para compreender e desmontar a noção do “Sujeito”, com S maiúsculo, construído com ideias tais como as do “universal” e do “racional”, que eram valores da filosofia moderna; mas algo daquela velha noção de “sujeito” permaneceu em jogo, sobretudo nas filosofias existencialistas, marxistas e feministas que atravessaram o século 20 apontando algo como um sujeito enquanto corpo mergulhado na existência, sobrevivendo sob condições materiais (inclusive as estéticas e ligadas ao campo do sensível) e históricas, e, ao mesmo tempo, perseguido e acossado pelo sistema patriarcal, econômico e político. Isso significa que o sujeito psíquico é uma redução do sujeito filosófico. Visto

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