Feminismos negros, capitalismo e neoliberalismo
“Mulheres negras não serão intimidadas” (1980), pôster em serigrafia (Arte: See Red Women's Workshop)
Guerra civil contra as formas de existência: cartão-postal de nosso tempo
Alguns fenômenos e elementos da dinâmica sociopolítica contemporânea convergem nos diagnósticos recorrentes. Entre eles estão o estabelecimento de uma guerra civil em que o neofascismo chancela formas de vida hegemônicas em detrimento das que não estão de acordo com o padrão branco-macho-conservador-cristão-evangélico-heteronormativo-neoliberal; a militarização como forma de governança do tecido institucional; a prática da autoverdade, o uso indiscriminado de fake news em confronto direto com dados irrefutáveis da experiência, da inteligência coletiva e da intelectualidade; o neoextrativismo que faz das reservas naturais uma fonte de exploração de um capitalismo sem peias e asfixia práticas milenares de povos indígenas e quilombolas; o recrudescimento raivoso do racismo e do sexismo em suas formas mais extremas; a defesa da política de costumes para sancionar os tópicos arrolados.
É com assustadora frequência que testemunhamos a combinação nefasta do liberalismo econômico com o conservadorismo reacionário, uma espécie de casamento por interesse que constitui o principal fiador desse quadro de destruição e horror. Eis a face medonha e mortífera do neoliberalismo. O atual presidente do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, é filho legítimo desse enlace: apelo à barbárie, ausência de qualquer humanismo, decadência estética que se expressa nas formas mais grotescas, desdém pela educação e pela cultura…
A combinação de liberalismo iliberal e conserv
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