"Falta enfoque na cobertura de música"
A mesa “Música para todos?” debateu o espaço da música erudita em meio ao público e à imprensa. Os palestrantes eram João Marcos Coelho, crítico musical de “O Estado de S. Paulo” e Silvio Ferraz, compositor e professor de música. Na mediação, Leonardo Martinelli, também compositor e professor musical.
“A falta de enfoque é uma das maiores perversões que a mídia comete com a vida musical”, diz Coelho. Afirma que o jornalismo cultural fica à mercê da agenda e seus critérios são selecionados por editores que não conhecem a música clássica.
Silvio Ferraz explica a música contemporânea e seu pequeno público brasileiro, e conta que “muito da musica contemporânea vai para a música de mercado”.
“Essa distinção entre clássico e popular foi quando as pessoas começaram a comprar piano de armário, no século XIX”, conta Coelho, acrescentando: “Os românticos, como Chopin, sentiram a necessidade de fazer dois tipos de música: as que eles desejavam e as versões simplificadas para os amadores tocarem em casa”.
A respeito da popularização da música erudita, o crítico musical propõe: “Popularizar e democratizar a música clássica no país é seguir uma lei que obriga o ensino de música nas escolas, para que tire o preconceito”.