Exposições de Pollock e De Kooning foram financiadas pela CIA, diz ex-agente
Um ex-agente da CIA confirmou em entrevista ao jornal inglês The Independent que a agência de inteligência americana financiou obras de pintores do expressionismo abstrato, como Jackson Pollock, Robert Motherwell, Willem de Kooning e Mark Rothko. O intuito era utilizar suas obras como veículo de propaganda durante a Guerra Fria.
Segundo Donald Jameson, “a CIA apoiou e promoveu as pinturas dos mestres do expressionismo abstrato americano no mundo há mais de 20 anos”.
A CIA, disse Jameson, tentava opor o expressionismo abstrato americano ao realismo socialista soviético, mas sem que os artistas em questão soubessem, pois boa parte deles iria prontamente se opor à causa. De acordo com o The Independent, “a decisão de incluir a cultura e a arte no arsenal dos EUA durante a Guerra Fria foi tomada a partir da criação da CIA, em 1947”. Com os artistas da vanguarda sendo atacados por grandes nomes da pintura como Edward Hopper, que assinou um manifesto no início da década de 50 contra o monopólio do abstracionismo nas instituições culturais do país, a CIA não tinha outra escolha senão agir em segredo.
A agência americana teve o apoio de museus como a galeria Tate, em Londres, e o Museu de Arte Moderna (MOMA), em Nova York, que receberam a exposição “A Nova Pintura Americana”, que apresentava ao mundo os novos artistas do expressionismo abstrato.
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EXPRESSIONISMO ABSTRATO E A CIA: Impressionante o poder da CIA e do FBI. Recentemente o caso do fechamento do site Megaupload revelou a face oculta (ao menos para nós, que somos todos classificados hoje como consumidores e/ou usuários) da força que as centrais de inteligência e investigação têm. Em tempos de caça às bruxas a estratégia foi interessante. O expressionismo abstrato marca, com técnicas inovadoras e radicaliza a linguagem. No Brasil, durante o período Vargas, em ditadura dissimulada de Estado Novo, os artistas de esquerda marcaram presença no poder, na construção e decoração do Palácio Capanema (o antigo prédio do MEC). O poder sempre usa dos artistas e intelectuais para seus fins, como na máxima “os fins justificam os meios”. Pensando bem, nada de novo no “front”… Salvo o poder cada vez maior dos órgãos de segurança; depois que “crescem” em poder tornam-se “incontroláveis”. Sobre o Serviço Nacional de Informações (SNI), disse o ex-General Golbery do Couto e Silva, ao sair do governo em 1981: “criei um monstro”.