Estante CULT: Pussy Riot, Angela Davis e Slavoj Žižek
A banda punk feminista russa Pussy Riot (Foto: Igor Mukhin/Creative Commons)
PUNKS, PIRATAS E BRUXAS
Em fevereiro de 2012, ano em que Putin se tornou presidente pela terceira vez, a ativista Nadya Tolokonnikova foi presa depois de cantar a “oração punk” Maria mãe de Deus, tire Putin do poder na catedral de Moscou. Um dos rostos mais conhecidos da banda punk feminista Pussy Riot, criada em 2011 e conhecida por atos e performances de protesto – o último de notoriedade foi a invasão de um jogo durante a Copa do Mundo na Rússia –, Nadya foi libertada apenas em 2014. Durante o tempo de prisão, chegou a fazer greve de fome e a ser levada a um dos campos de trabalho forçado mais severos da Rússia.
Neste livro, ela apresenta regras, táticas e estratégias que lhe foram úteis durante a sua trajetória de ativismo: “Seja pirata” – saia em busca de uma verdade que rompa com os limites e as definições já existentes –, “Faça você mesmo” – se você quiser mudar algo, precisa antes saber como as coisas funcionam –, “Recupere a alegria” – sorria como um ato de resistência –, “Faça o governo cagar nas calças” – aqueles que detêm o poder precisam viver com medo. Mesclando fatos autobiográficos a análises políticas, convoca o leitor a deixar de se comportar como “a última espécie da Terra” e a reivindicar o poder que hoje se concentra nas mãos de políticos e oligarcas. “A lógica não linear dos movimentos sociais exige que os ativistas sejam criaturas atentas, sensíveis, gratas e de mente aberta”, escreve. “Os ativistas são piratas e bruxas. Os ativistas acreditam em magia.”
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