Estante CULT: Judith Butler, Tanizaki e Lina Meruane
Judith Butler durante coletiva de imprensa no I Seminário Queer, 2015 (Foto: Fanca Cortez)
Mundo em chamas
Há 18 anos, dois aviões derrubaram a certeza de segurança da maior potência mundial. Nos cinco ensaios deste livro, a filósofa Judith Butler argumenta que a violência não deve ser paga com violência; que, ao suprimir as liberdades civis e iniciar uma (outra) guerra, os EUA perderam a chance “de se redefinir como parte de uma comunidade global”. Para ela, além de reconhecer a vulnerabilidade ainda maior de outros países, de reconhecer que nossa vida pode depender de pessoas que não conhecemos, de que estamos sujeitos, também, à violação, é importante saber lidar com a perda e o medo sem lançar mão da vingança destrutiva.
O primeiro ensaio lida justamente com a forma agressiva com que a imprensa e o governo norte-americanos impuseram barreiras àqueles que buscavam entender as razões do ataque ao World Trade Center. Em “Detenção indefinida”, ela trata das condições inumanas a que foram sujeitados os prisioneiros de Guantánamo. No ensaio final, que dá título ao livro, Butler parte do conceito de rosto de Lévinas “como uma figura comunicativa tanto da precariedade da vida quanto da interdição da violência” para elaborar uma concepção ética da não agressão. A questão palestina, que muitos confundem com antissemitismo, também é enfocada em um dos ensaios, com o conhecido rigor da filósofa.
Amor e perversão
Tanizaki costumava escrever sobre o potencial destrutivo do amor e da sexualidade. Estes dois contos inéditos no Brasil não fogem à regra. O primeiro deles, “A ponte flutuante do
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