Estante Cult: Frantz Fanon, Cristovão Tezza, Toni Morrison

Estante Cult: Frantz Fanon, Cristovão Tezza, Toni Morrison
O psiquiatra, filósofo, ensaísta e militante anticolonial (Foto: Reprodução)

 

Toda quinta, uma seleção de lançamentos literários curados pela Cult



Alienação e liberdade – escritos psiquiátricos

Frantz Fanon
Ubu
Tradução: Sebastião Nascimento
400 páginas – R$ 79,90

Inéditos em português, os ensaios desta coletânea mostram a relação entre alienação colonial e doenças mentais e refletem a experiência de Frantz Fanon (1925-1961) como psiquiatra. Autor de Pele negra, máscaras brancas (1952) e Os condenados da terra (1961), o psiquiatra, filósofo, ensaísta e militante anticolonial propõe uma leitura política dos hospitais psiquiátricos ao associar racismo e psiquiatria colonial. São mais de 20 ensaios reunidos – entre eles, textos inéditos publicados no jornal interno do hospital de Blida-Joinville, onde Fanon trabalhou entre 1953 e 1956. Há também artigos científicos, sua tese de psiquiatria e um curso. A introdução da obra é assinada pelo pesquisador Jean Khalfa  e a apresentação fica por conta de Renato Noguera, professor de Filosofia da UFRRJ. O livro faz parte da coleção Explosante.


O amante

Marguerite Duras
Tusquets
128 páginas – R$ 37,90

Parte do finado catálogo da Cosac Naify, o romance de O amante, de Marguerite Duras (1914-1996), ganha reedição pelo selo Tusquets, da editora Planeta. O livro é considerado o mais autobiográfico da escritora, dramaturga e cineasta francesa, que recebeu o prestigiado prêmio Goncourt pela obra, originalmente publicada em 1984 e adaptada para o cinema em 1992. A trama é situada na Saigon (Vietnã) dos anos 1930 e mostra a tumultuada história entre uma jovem francesa, filha de colonos falidos, e o filho de um magnata chinês dez anos mais velho que ela. Aos encontros amorosos e às descobertas sexuais da adolescente, somam-se a derrocada familiar e a experiência da solidão.


A fonte da autoestima

Toni Morrison
Companhia das Letras

Tradução: Odorico Leal
456 páginas – R$ 74,90

Nesta reunião de ensaios e discursos, escritos ao longo de quatro décadas, a escritora estadunidense Toni Morrison (1931 – 2019) faz um elogio emocionante a James Baldwin, uma oração pelos mortos do 11 de setembro; narra a sua busca pelo verdadeiro Martin Luther King Jr., olha de maneira crítica para o seu próprio trabalho e para o trabalho de outros escritores negros e analisa as linhas que separam o estrangeiro, a mulher, o corpo negro. Textos poderosos que revelam o pensamento de uma das escritoras mais importantes do século 20, que estreou como romancista em 1970, com O olho mais azul e tornou-se a primeira mulher negra a vencer o Nobel de literatura, em 1993.


A tensão superficial do tempo

Cristovão Tezza
Todavia
272 páginas – R$ 51,92

Em seu novo romance, Cristovão Tezza usa o momento recente do país para investigar os pontos de contato entre público e privado, desejo e solidão, política e intimidade. Um dos mais celebrados autores brasileiros contemporâneos, traduzido para mais de quinze países, Tezza mostra o percurso de Cândido, um professor de química especialista em piratear filmes que vê a vida como conhece – o trabalho, o casamento, os afetos – se dissolver enquanto sua cidade, Curitiba, vive os efeitos das operações policiais que a colocaram no centro da crise política que assola o país.


A marca do editor

Roberto Calasso
Ayiné
Tradução: Pedro Fonseca
170 páginas – R$ 59,90

Originalmente publicado em 2013, este livro traz as reflexões do ensaísta e editor Roberto Calasso a respeito da sua experiência à frente da editora italiana Adelphi Edizioni há quase meio século, assim como suas  impressões sobre o ofício do editor e o mercado editorial como um todo. Para Calasso, “o bom editor deve ser um perseguidor de ‘livros únicos’, alguém que escreve, com os livros que publica, o melhor livro de todos: seu catálogo, que é também sua autobiografia.” Mistura de manifesto e livro de memórias, a orba é também um panorama da literatura do século 20 a partir de editores que o marcaram, como Giulio Einaudi, Luciano Foà, Roger Straus, Peter Suhrhamp e Vladimir Dimitrijevic.


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