Estante: Angélica Freitas, Sylvia Plath, Muryatan S. Barbosa

Estante: Angélica Freitas, Sylvia Plath, Muryatan S. Barbosa
A poeta Angélica Freitas, autora de "Um útero é do tamanho de um punho" e "Canções para atormentar" (Foto: DIvulgação)

 

Toda quinta-feira, uma seleção de cinco lançamentos literários


[Canções de atormentar, Angélica Freitas]

“você não sabe o que é uma teta caída/uma teta de mulher, uma teta/que desceu do pedestal/o conteúdo macio, a pele fina/o zigue-zague das estrias, não:/nunca tocou numa teta caída/não sabe o calor das tetas de outono/não as viu por baixo, balançando/nunca pensou em dormir abraçado.” Uma das principais poetas brasileiras contemporâneas, Angélica Freitas publica poemas inéditos após oito anos de Um útero é do tamanho de um punho.  O título do livro remonta a uma série iniciada em novembro de 2016 e que deu origem à performance homônima, executada com a cantora, compositora e instrumentista Juliana Perdigão. Há reflexões sobre os rumos do país, protestos de rua, machismo, corpos femininos, entre outros temas.

Companhia das Letras. 112 páginas – R$ 49, 90 (pré-venda)

[Johnny Panic e a bíblia de sonhos e outros textos em prosa, Sylvia Plath] 

Originalmente publicado em 1977, este livro reúne contos que cobrem um período de 14 anos da vida da autora – dos 17 até seus últimos dias de vida. Os textos são organizados em ordem cronológica invertida, causando um efeito”arqueológico”, escreve Margaret Atwood na apresentação da obra: “os leitores são levados a escavar enquanto voltam no tempo, entrando cada vez mais em uma mente extraordinária”. Além dos contos, há também textos jornalísticos e trechos dos diários de Plath. Em conjunto, os textos oferecerem perspectivas sobre seu desenvolvimento como escritora.

Biblioteca Azul. 464 páginas – R$ 59,90. Tradução de Ana Guadalupe

[A razão africana, Muryatan S. Barbosa]

Historiador, professor da Universidade Federal do ABC (UFABC) e autor de Guerreiro Ramos e o personalismo negro (Paco Editorial), Muryatan faz aqui um apanhado da produção intelectual contemporânea do continente africano. Perpassa autores importantes no percurso social e na história das ideias, além de temas como autonomia cultural, colonialismo, racismo, identidade e entendimento da questão negra.

Todavia. 216 páginas – R$47,92 (pré-venda)

[Capitalismo em quarentena: notas sobre a crise global, Anselm Jappe, Sandrine Aumercier, Clément Homs & Gabriel Zacarias]

Quatro pensadores buscam compreender a crise do coronavírus a partir de um panorama mais amplo: o processo de crise fundamental do capitalismo global que, temendo por sua sobrevivência, colocou-se em quarentena. Um remédio “amargo” que pode ter um perigoso efeito colateral, tendo aumentado exponencialmente a montanha de dívidas insoldáveis que ameaça desabar a qualquer instante. A avalanche nos arrastará, em sua queda abrupta? Ou teremos aprendido algo com o breve pause do sujeito automático?

Elefante. 160 páginas – R$29,90 (pré-venda). Tradução de João Gaspar, Pedro Henrique Resende, Pedro Pereira Barroso, Rachel Pach & Robson J. F. de Oliveira

[Diante de Gaia – oito conferências sobre o antropoceno, Bruno Latour] 

Reexaminando a “hipótese de Gaia”, estabelecida por James Lovelock na década de 1970, o antropólogo e filósofo francês Bruno Latour argumenta que Gaia é, antes de tudo, um conceito que possibilita pensar em soluções para os problemas ecológicos sem a dicotomia entre natureza e cultura. O livro reúne oito conferências em que o Latour invoca a noção de Gaia para refletir sobre a catástrofe ecológica contemporânea.

Ubu, 480 páginas – R$ 89,90. Tradução de Maryalua Meyer


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