entrevista | Marx e as veredas dos marxismos
(Foto: Artur Renzo)
Recém-lançado pela editora Boitempo, o novo livro do sociólogo Michael Löwy, Marx, esse desconhecido, trata da controversa relação do autor de O capital com a grande tradição romântica e assinala o vigor de suas contribuições para uma religiosidade distinta do que ele chamou de “ópio do povo”. Nesta conversa com a Cult, o intelectual brasileiro – que vive em Paris desde 1969 e é diretor emérito de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) – apresenta sutilezas e nuances muitas vezes desconhecidas da obra de Marx, como o ecossocialismo e a investigação sobre o suicídio, e demonstra como o pensamento do filósofo alemão segue com atualidade incontestável.
Passados quase 150 anos da morte de Marx, e após influenciar de tal forma os rumos do pensamento e da história do Ocidente, por que ele ainda é um “desconhecido”?
Há poucos autores tão lidos, discutidos e publicados quanto Karl Marx. Não só no Ocidente, mas também no Oriente, assim como no Norte global e no Sul global. Entretanto, a cada época são feitas novas leituras de Marx e descobertos novos aspectos que antes não tinham sido levados em conta. É o que aconteceu, por exemplo, com a dimensão ecológica de Marx, “desconhecida” por século e meio, e redescoberta nas últimas duas décadas, graças aos trabalhos de “ecomarxistas” como John Bellamy Foster e Kohei Saito. É um testemunho da riqueza dessa obra e de sua profundidade.
Em oposição ao ecossocialismo, negacionistas climáticos, como Javier Milei em sua recente campanha presid
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